Lesões mamárias – quando detectadas em um exame de imagem ou mesmo à palpação – estão entre os maiores receios das mulheres, devido ao risco de evolução para câncer de mama.
No entanto existem muitas diferenças entre os tipos de lesões, e cada tipo requer uma abordagem diferente, dados os seus riscos igualmente diferentes.
A seguir vamos te mostrar o que são lesões mamárias, quais os tipos mais ou menos perigosos, além de te apresentar os métodos mais modernos de diagnóstico.
Acompanhe!
O que são lesões mamárias?
Lesões mamárias referem-se a qualquer alteração, anormalidade ou dano nos tecidos da mama. Essas lesões podem envolver diferentes componentes do tecido mamário, incluindo os ductos, glândulas, tecido conjuntivo e vasos sanguíneos.
As lesões mamárias podem variar em natureza e gravidade, e sua presença pode ser identificada por meio de exames clínicos, como palpação ou exames de imagem, como a mamografia.
É importante destacar que nem todas as lesões mamárias são cancerígenas, e muitas delas são benignas, sendo importante a avaliação médica para determinar a natureza da lesão e orientar o tratamento adequado, quando necessário.
Já as lesões pré-cancerígenas nas mamas são alterações celulares que indicam um risco aumentado de desenvolver câncer de mama, em comparação com células saudáveis. Essas alterações podem envolver anormalidades que sugiram um estágio inicial de transformação que, se não tratado, pode evoluir para câncer de mama.
Identificar e monitorar essas lesões é crucial para intervenções preventivas e estratégias de vigilância, visando evitar a progressão para o câncer de mama.
Tipos de lesões mamárias, conforme seu risco
Vejamos agora os diferentes tipos de lesões mamárias, classificados a partir do seu risco de evoluir para um quadro de câncer de mama.
Lesões sem risco aumentado para câncer de mama
Existem lesões que aparecem frequentemente em exames de mamografia – e naturalmente preocupam as mulheres – mas que não têm risco aumentado para o câncer de mama, como:
Certamente, vou fornecer uma breve explicação sobre cada uma das lesões mamárias mencionadas:
✅ Adenose – Aumento do número de glândulas mamárias, muitas vezes associado a alterações na estrutura do tecido mamário.
✅ Ectasia ductal – Caracterizada pelo alargamento dos ductos mamários, muitas vezes acompanhado por inflamação.
✅ Macro e microcistos – Cistos são pequenos sacos cheios de líquido. Macro e microcistos referem-se a cistos de diferentes tamanhos.
✅ Hiperplasia simples – Aumento no número de células nas glândulas mamárias, sem atipias celulares ( alterações nas células) significativas.
✅ Fibroadenoma – São tumores sólidos, benignos , compostos por tecido glandular e conjuntivo, comuns em mulheres jovens.
✅ Metaplasia apócrina – Alteração no tipo de células nas glândulas mamárias.
Lesões com risco levemente aumentado para câncer de mama
Já no grupo de lesões que apresentam algum risco de evoluírem para um câncer de mama, as lesões abaixo representam uma chance de 1,5 a 2 vezes maior de se tornarem uma neoplasia mamária.
Certamente, vou fornecer uma breve explicação sobre cada uma das lesões mamárias mencionadas:
✅ Hiperplasia moderada e florida – Envolve um aumento no número de células nas glândulas mamárias, com características específicas nas células que revestem os ductos.
✅ Adenose esclerosante – Caracterizada pelo crescimento anormal de glândulas mamárias em meio a um tecido conjuntivo mais denso.
✅ Papiloma – Crescimentos benignos que podem ocorrer nos ductos mamários, frequentemente associados a secreções sanguinolentas.
✅ Cicatriz radial – Refere-se a lesões constituídas por um centro fibroso, e envolvidas por células, formando um aspecto estrelado ou irradiado.
Lesões com risco aumentado para câncer de mama
Neste grupo estão as lesões que apresentam um risco aumentado de evolução para o câncer de mama; segundo pesquisas, de até 5 vezes. São elas:
Certamente, vou fornecer uma breve explicação sobre cada uma das lesões mamárias mencionadas com risco aumentado para câncer de mama:
✅ Hiperplasia ductal atípica – Aumento anormal no número de células nas glândulas mamárias, com atipias celulares específicas nos ductos. Está associada a um aumento significativo no risco de câncer de mama, em comparação com a hiperplasia simples.
✅ Hiperplasia lobular atípica – Crescimento anormal de células nas glândulas lobulares, com características celulares atípicas. Está associada a um aumento substancial no risco de câncer de mama, especialmente no seio contralateral.
Lesões com risco aumentado para câncer de mama
Finalmente, listamos abaixo as lesões mamárias que oferecem o maior risco para o câncer de mama – em até 10 vezes – e requerem toda a atenção, que são:
✅ Carcinoma lobular in situ (CLIS) – Envolve o crescimento anormal de células nas glândulas lobulares da mama, mas permanecendo confinado no local de origem sem invadir os tecidos circundantes.
✅ Carcinoma ductal in situ (CDIS) – Caracterizado pelo crescimento anormal de células nos ductos mamários, sem invasão nos tecidos circundantes. Existe um risco significativo de evoluir para câncer invasivo, e a intervenção médica é frequentemente necessária.
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Como é feito o diagnóstico das lesões mamárias?
Os métodos diagnósticos para lesões mamárias podem incluir uma variedade de abordagens para avaliar e caracterizar as alterações nos tecidos mamários. Aqui estão alguns dos métodos comumente utilizados:
Mamografia
A mamografia é um exame de imagem que utiliza raios-X de baixa dose para criar imagens detalhadas das mamas. Considerado o exame “padrão ouro” para avaliar lesões nas mamas, é amplamente utilizado para rastreamento e detecção precoces de lesões, incluindo microcalcificações associadas a condições como carcinoma ductal in situ (CDIS).
É indicado como exame de rotina para mulheres a partir dos 40 anos, ou mesmo antes, por indicação médica, em casos de história familiar ou pessoal positiva para câncer de mama.
Ultrassonografia mamária
A ultrassonografia usa ondas sonoras para criar imagens das estruturas internas das mamas. É útil para avaliar nódulos detectadas na mamografia, especialmente em mulheres com mamas densas (mulheres mais jovens). Pode ser utilizado para diferenciar cistos de tumores sólidos.
Ressonância magnética mamária
A ressonância magnética usa campos magnéticos e ondas de rádio para gerar imagens detalhadas das mamas. Pode ser recomendada em casos de avaliação adicional, especialmente para mulheres com alto risco de câncer de mama.
É mais sensível na detecção de algumas lesões, porém sua indicação deve ser bem avaliada, já que também apresenta uma chance maior de falsos positivos.
Biópsia por agulha
A biópsia por agulha (fina ou grossa) envolve a remoção de uma amostra de tecido para análise laboratorial. Procedimento essencial para confirmar a natureza e a possível malignidade das lesões. Pode incluir biópsias do tipo core, aspirativas ou estereotáxicas, dependendo da situação.
Biópsia Cirúrgica
A biópsia cirúrgica envolve a remoção de uma amostra maior de tecido para análise patológica. Geralmente realizada quando uma lesão precisa ser completamente removida para avaliação mais precisa.
Tomossíntese mamária (mamografia 3D)
A tomossíntese mamária é uma variação da mamografia, que cria imagens tridimensionais das mamas. Pode melhorar a detecção de lesões, especialmente em mamas densas.
Cintilografia óssea
A cintilografia óssea é usada para avaliar se há disseminação de câncer para os ossos. Pode ser recomendada para casos em que há suspeita de metástases.
Biópsia de linfonodos sentinela
Neste procedimento, o linfonodo sentinela – o primeiro a receber drenagem da área afetada – é removido para análise. Esse tipo de biópsia é realizada para avaliar se o câncer se disseminou para os linfonodos.
O método diagnóstico escolhido depende da situação clínica específica, das características da lesão e das necessidades individuais da paciente.
A abordagem multidisciplinar, envolvendo radiologistas, patologistas e oncologistas, é crucial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
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