Obesidade infantil: causas, riscos e tratamento

A obesidade infantil é um dos grandes desafios de saúde pública da atualidade, afetando milhões de crianças em todo o mundo. 

Muito mais que uma questão estética, o excesso de peso pode trazer sérias complicações à saúde, como problemas cardíacos, diabetes tipo 2 e esteatose hepática – o acúmulo de gordura no fígado. 

Detectar e tratar essas condições precocemente é essencial para evitar complicações graves. 

Neste artigo, vamos mostrar as principais causas da obesidade infantil, seus riscos à saúde e as opções de tratamento.

Boa leitura!

Obesidade infantil no Brasil e no mundo

A obesidade infantil vem crescendo de forma alarmante nas últimas décadas, tornando-se uma preocupação global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade tem aumentado exponencialmente. 

E no Brasil o cenário não é diferente. Dados do Ministério da Saúde indicam que mais de 3 milhões de crianças brasileiras enfrentam esse problema, e a tendência é de crescimento nos próximos anos. 

Esse aumento nos casos de obesidade infantil está diretamente ligado a mudanças nos hábitos de alimentação e no estilo de vida das crianças. O fácil acesso a alimentos ultraprocessados e o crescente sedentarismo, muitas vezes causado pelo uso excessivo de tecnologias e a falta de espaços seguros para atividades físicas, têm contribuído para esse quadro preocupante.

A obesidade na infância pode trazer uma série de complicações de saúde, muitas delas se manifestando apenas na vida adulta, como doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e problemas ortopédicos. 

Além disso, uma condição muito associada à obesidade infantil, e que merece atenção, é a esteatose hepática, caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado. Se não tratada, essa condição pode evoluir para problemas mais graves, como a fibrose hepática, que afeta diretamente o funcionamento do fígado.

Diante desse cenário, é fundamental que pais e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais de obesidade nas crianças, para agir o quanto antes no problema. 

Causas da obesidade infantil

A obesidade infantil é uma condição complexa, que envolve diversos fatores. Entender as causas por trás do excesso de peso nas crianças é fundamental para desenvolver estratégias eficazes, tanto para prevenir quanto para tratar. 

A seguir, vamos explorar alguns dos fatores que contribuem para a obesidade infantil:

Fatores genéticos

A genética tem um papel importante no desenvolvimento da obesidade infantil. Estudos mostram que crianças com pais obesos têm uma chance maior de também se tornarem obesas. 

Isso se deve não apenas à herança genética, mas também a padrões alimentares e comportamentais que tendem a ser compartilhados dentro das famílias. No entanto, os genes por si só não explicam o aumento significativo da obesidade infantil nas últimas décadas, indicando que outros fatores, como o ambiente e o estilo de vida, têm uma influência considerável.

Hábitos alimentares e estilo de vida

A alimentação inadequada é um dos fatores que mais contribuem para a obesidade infantil. O consumo crescente de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gorduras e calorias, associado à baixa ingestão de alimentos frescos e naturais, como frutas, legumes e verduras, cria um ambiente propício para o ganho de peso excessivo. 

Além disso, bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos de caixinha, aumentam a quantidade de calorias consumidas, sem oferecer nutrientes essenciais.

Outro fator crucial é o sedentarismo. Com a evolução das tecnologias e de dispositivos eletrônicos – como smartphones, videogames e tablets – as crianças estão passando cada vez mais tempo em atividades sedentárias, reduzindo muito o tempo nas brincadeiras ao ar livre ou em esportes. 

Esse desequilíbrio entre o consumo de calorias e o gasto energético leva ao acúmulo de gordura corporal e ao aumento de peso.

Fatores psicológicos

As questões emocionais e psicológicas também têm um papel importante na obesidade infantil. Muitas crianças podem desenvolver uma relação disfuncional com a comida, como forma de lidar com o estresse, a ansiedade ou outros problemas emocionais.

Comer em excesso – principalmente alimentos ricos em calorias e pouco nutritivos – pode se tornar uma válvula de escape, criando um ciclo vicioso difícil de quebrar. 

Além disso, crianças que enfrentam bullying ou isolamento social devido ao excesso de peso podem ter sua autoestima prejudicada, o que agrava ainda mais o problema.

Influência do ambiente familiar e social

O ambiente em que a criança cresce tem um impacto significativo em seus hábitos alimentares e de atividade física. Famílias com hábitos alimentares pouco saudáveis – como o consumo frequente de fast food, refeições prontas e o hábito de comer em frente à televisão – influenciam diretamente o comportamento das crianças. 

Além disso, a falta de incentivo para a prática de atividades físicas também contribui para o sedentarismo infantil.

Riscos à saúde causados pela obesidade infantil

A obesidade infantil traz muitos riscos para a saúde das crianças, tanto em curto quanto em longo prazos. Entender esses riscos é importante para que pais e responsáveis possam agir e buscar ajuda médica o quanto antes. 

A seguir, vamos falar sobre alguns dos principais problemas de saúde que a obesidade infantil pode causar:

✅ Problemas cardiovasculares – Crianças com obesidade têm mais chances de desenvolver problemas no coração, como pressão alta e níveis elevados de colesterol. Esses problemas, que normalmente são vistos em adultos, podem começar ainda na infância, aumentando o risco de doenças cardíacas na fase adulta. 

✅ Diabetes tipo 2 – A obesidade infantil está ligada ao aumento de casos de diabetes tipo 2 em crianças. Esse tipo de diabetes ocorre quando o corpo não consegue usar a insulina corretamente, o que faz com que os níveis de açúcar no sangue fiquem altos. 

✅ Problemas ortopédicos – O excesso de peso pode causar problemas nos ossos e nas articulações das crianças, que ainda estão em desenvolvimento. As articulações, especialmente nos joelhos e quadris, acabam sobrecarregadas, o que pode causar dor e dificuldade para se movimentar. Além disso, a obesidade pode influenciar no crescimento dos ossos, levando a problemas posturais.

✅ Distúrbios psicológicos – As crianças obesas muitas vezes enfrentam desafios emocionais. Elas podem sofrer bullying na escola, ter a autoestima baixa e até desenvolver problemas de ansiedade e depressão.

✅ Gordura no fígado – Um dos problemas mais sérios associados à obesidade infantil é o acúmulo de gordura no fígado, uma condição chamada de esteatose hepática. Esse acúmulo pode causar inflamação e, com o tempo, levar a problemas mais graves, como a fibrose hepática (endurecimento do fígado) e a cirrose. 

Tratamentos e prevenção da obesidade infantil

O tratamento da obesidade infantil exige mudanças importantes no estilo de vida da criança e da família. Prevenir o excesso de peso desde cedo é o melhor caminho, mas quando a obesidade já está presente, existem várias opções de tratamento que podem ajudar. 

A seguir, vamos falar sobre algumas dessas opções e o que pode ser feito para prevenir a obesidade nas crianças:

Exercícios físicos

A prática regular de atividades físicas é essencial para ajudar a criança a controlar o peso. Crianças devem ser incentivadas a se movimentar diariamente, seja por meio de esportes, brincadeiras ao ar livre ou atividades recreativas, como andar de bicicleta. O tempo passado em atividades sedentárias, como assistir à televisão ou jogar videogame, deve ser limitado. Movimentar o corpo, além de ajudar na perda de peso, melhora a saúde geral e o bem-estar da criança.

Mudanças nos hábitos alimentares

Uma alimentação saudável é fundamental para o tratamento e a prevenção da obesidade infantil. Isso significa reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, doces, fast food e bebidas açucaradas. É importante incentivar o consumo de alimentos frescos e naturais, como frutas, verduras, legumes e grãos integrais. 

Além disso, os pais devem ser um bom exemplo, oferecendo refeições equilibradas e evitando hábitos alimentares prejudiciais, como comer na frente da TV.

Acompanhamento psicológico

Em alguns casos, as questões emocionais podem influenciar o comportamento alimentar das crianças. O acompanhamento psicológico pode ser útil para ajudar a criança a lidar com sentimentos de ansiedade, baixa autoestima ou estresse, que muitas vezes estão ligados ao excesso de peso. O suporte emocional é importante para que a criança se sinta confiante e motivada a adotar hábitos saudáveis.

Intervenção médica

Em situações em que a obesidade é grave e não há sucesso com as mudanças no estilo de vida, podem ser recomendados tratamentos médicos. Em casos extremos, pode ser considerado o uso de medicamentos ou outras intervenções; naturalmente, com o devido cuidado.

Monitoramento da saúde hepática

Crianças com obesidade devem ser acompanhadas regularmente para verificar a presença de complicações, como o acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática). 

Exames de imagem, como a ultrassonografia e a elastografia, ajudam a avaliar a quantidade de gordura e verificar se há sinais de fibrose no fígado. Esse acompanhamento é essencial para prevenir problemas mais graves no futuro.

O tratamento da obesidade infantil exige uma abordagem ampla, envolvendo a mudança de hábitos alimentares, a prática de atividades físicas e, em alguns casos, o acompanhamento psicológico ou médico. 

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Como Endocrinologistas Tratam Obesidade?

O tratamento da obesidade é uma tarefa bastante desafiadora, que envolve uma abordagem integral, indo desde mudanças de comportamento ao uso de medicamentos, em alguns casos.

Nesse sentido, o médico endocrinologista surge como um importante aliado nesse processo. Mas você sabe como endocrinologistas tratam obesidade? Quais recursos esses profissionais têm à disposição para esse fim?

Logo abaixo você encontra as respostas para essas perguntas e conhece tudo o que esse profissional pode fazer por você. Confira!

Como o endocrinologista cuida da obesidade?

A sociedade muitas vezes perpetua a ideia equivocada de que a obesidade é simplesmente uma escolha, uma falta de força de vontade ou resultado de hábitos alimentares inadequados. 

No entanto, essa visão simplista ignora a complexidade da obesidade e os inúmeros fatores que contribuem para sua ocorrência.

É crucial abordar a questão da obesidade com empatia e compreensão, reconhecendo que a batalha contra o peso vai muito além do que é visível aos olhos. Dizer que alguém está obeso porque “quer” simplifica demais uma realidade multifacetada. 

Existem inúmeros fatores, de genética a hábitos aprendidos na família, que induzem ao ganho de peso e que tornam muito desafiador reverter o quadro. 

Além disso, pessoas com obesidade enfrentam mais dificuldade inclusive para realizar atividades físicas, devido à sobrecarga articular em exercícios de impacto – como para realizar corridas – e à menor mobilidade física.

Isso não quer dizer que a força de vontade não seja relevante nesse processo e que pessoas obesas não sejam responsáveis por reverter esse quadro, trata-se apenas de dimensionar essa responsabilidade para não colocar ainda mais pressão sobre pessoas que já enfrentam tantos desafios.

Fatores que dificultam a perda de peso

Para exemplificar – com dados concretos – os fatores que dificultam a reversão, por conta própria, de um quadro de obesidade, vamos explorar alguns dos fatores que criam uma forte tendência à obesidade e dificultam o controle do peso.

Genética

A predisposição genética desempenha um papel significativo na susceptibilidade à obesidade. Para algumas pessoas, a carga genética torna mais desafiador manter um peso saudável, independentemente de seus esforços.

Metabolismo individual

O metabolismo varia amplamente de pessoa para pessoa. Algumas pessoas queimam calorias mais lentamente, o que pode tornar o ganho de peso mais fácil e a perda de peso mais desafiadora.

Condições médicas

Algumas condições médicas, como hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos (SOP), distúrbios hormonais e condições metabólicas, podem contribuir para o aumento de peso.

Fatores ambientais

O ambiente em que vivemos desempenha um papel crucial. A acessibilidade a alimentos processados, a falta de espaços para atividade física e o estresse ambiental podem impactar negativamente os hábitos alimentares e a atividade física.

Fatores sociais e econômicos

Limitações financeiras, falta de acesso a alimentos saudáveis e o impacto do estresse socioeconômico podem influenciar as escolhas alimentares e a capacidade de manter um estilo de vida ativo.

Aspectos psicológicos

Questões emocionais, como estresse, ansiedade, depressão e transtornos alimentares, podem desempenhar um papel significativo na relação com a comida e no controle do peso.

Educação e conhecimento

A falta de educação nutricional e o desconhecimento sobre escolhas alimentares saudáveis podem contribuir para hábitos que levam ao ganho de peso.

Medicamentos

Alguns medicamentos podem causar ganho de peso como efeito colateral, dificultando o controle do peso, mesmo com hábitos saudáveis.

É essencial quebrar o estigma associado à obesidade, reconhecendo que cada jornada é única. Em vez de julgar, ofereçamos apoio, compreensão e recursos para promover hábitos de vida saudáveis. 

A obesidade é uma condição complexa que requer uma abordagem integral do indivíduo, visando não apenas a perda de peso, mas também a promoção do bem-estar integral.

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Qual o melhor médico para tratar obesidade?

Os endocrinologistas adotam uma abordagem multifacetada para o tratamento da obesidade, reconhecendo a complexidade da condição e considerando fatores genéticos, metabólicos, comportamentais e ambientais. 

Aqui estão alguns dos recursos comuns utilizados por endocrinologistas no tratamento da obesidade:

Aconselhamento nutricional

Endocrinologistas frequentemente colaboram com nutricionistas para fornecer orientações personalizadas sobre escolhas alimentares saudáveis, porções adequadas e estratégias para modificar hábitos alimentares.

Programas de exercícios

Recomendação de programas de exercícios personalizados para ajudar na perda de peso e melhorar a saúde geral. Isso pode incluir atividades aeróbicas, treinamento de resistência e outras formas de exercício.

Medicamentos antiobesidade

Em alguns casos, endocrinologistas podem prescrever medicamentos específicos que ajudam a controlar o apetite, aumentar a sensação de saciedade ou afetar o metabolismo para auxiliar na perda de peso.

Monitoramento de hormônios

Avaliação e monitoramento de hormônios relacionados ao metabolismo, como a insulina, para entender melhor como esses fatores podem estar contribuindo para a obesidade.

Cirurgia bariátrica

Em situações mais graves e quando outras abordagens não são eficazes, endocrinologistas podem encaminhar pacientes para considerar a cirurgia bariátrica. Essa opção é geralmente reservada para casos de obesidade mórbida.

Avaliação de outras condições

Investigação e tratamento de condições médicas relacionadas, que podem contribuir para o ganho de peso, como distúrbios hormonais ou condições metabólicas.

Aconselhamento comportamental

Apoio psicológico e aconselhamento comportamental para abordar questões emocionais, padrões alimentares não saudáveis e promover a mudança de comportamento.

Acompanhamento regular

Manutenção de acompanhamento regular para monitorar o progresso, ajustar planos de tratamento conforme necessário e fornecer apoio contínuo.

Educação do paciente

Educação contínua sobre a obesidade, seus fatores de risco e estratégias para promover um estilo de vida saudável.

Cada plano de tratamento é adaptado às necessidades individuais do paciente, levando em consideração sua saúde geral, histórico médico e preferências pessoais. O tratamento bem-sucedido da obesidade muitas vezes requer uma abordagem integrada e a colaboração de uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde.

E como parte dos possíveis recursos de tratamento, usados por endocrinologistas, estão os exames de imagem, como ecografias e densitometrias. 

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