Dificuldade para engolir: causas e como tratar?

A dificuldade para engolir – também conhecida como disfagia – é um sintoma que pode afetar pessoas de todas as idades, embora seja mais comum em idosos e em quem tem condições médicas específicas.

Trata-se da sensação de que algo está bloqueando ou dificultando a passagem de alimentos ou líquidos da boca para o estômago, podendo variar de leve a grave.

Identificar o problema o quanto antes e buscar ajuda médica é importante para evitar a piora do problema, inclusive com risco à vida.

Logo abaixo nós te mostramos tudo o que você precisa saber sobre o assunto!

O que é a disfagia?

Disfagia não é uma doença por si só, mas um sintoma de outras condições que afetam o esôfago ou a musculatura envolvida no processo de deglutição. 

A deglutição é um processo complexo, que envolve a coordenação entre a boca, a faringe (garganta) e o esôfago, com a ajuda dos músculos e nervos. Quando há um problema em qualquer parte desse processo, a disfagia pode ocorrer.

Existem dois tipos principais de disfagia:

✅ Disfagia orofaríngea – Relacionada à dificuldade de mover alimentos da boca para a parte superior do esôfago. Geralmente está associada a problemas musculares e neurológicos que afetam a garganta e os músculos de deglutição.

✅ Disfagia esofágica – Relacionada à sensação de que algo está preso ou que há um bloqueio no esôfago. Pode ser causada por estreitamentos, inflamações ou obstruções no próprio esôfago.

Importância de reconhecer e tratar a disfagia

A disfagia pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de alguém, pois interfere na capacidade de ingerir alimentos e líquidos de forma segura e confortável. Se não tratada, pode levar a complicações sérias, como desnutrição, desidratação e aspiração pulmonar (quando alimentos ou líquidos entram nas vias aéreas, causando infecções como pneumonia). 

Além disso, a dificuldade para engolir pode gerar desconforto, medo e ansiedade em relação às refeições, afetando o bem-estar psicológico.

Reconhecer os sinais precoces de disfagia e buscar avaliação médica são passos cruciais para evitar complicações graves. Um diagnóstico preciso, frequentemente realizado por meio de exames de imagem e outros testes especializados, permite o tratamento adequado, seja por meio de intervenções médicas, terapias de reabilitação ou mudanças na dieta e estilo de vida.

Causas comuns da dificuldade para engolir

A dificuldade para engolir pode ter uma variedade de causas, desde tendências da própria pessoa, passando por questões relacionadas ao envelhecimento e até problemas mais graves.

Condições inflamatórias, infecciosas e reações alérgicas podem resultar em disfagia, como:

✅ Inflamações ou infecções – Infecções da garganta, como amigdalite ou esofagite, podem causar dor e dificuldade para engolir. A esofagite pode ser provocada por refluxo ácido crônico, infecções virais ou fúngicas.

✅ Refluxo gastroesofágico – O ácido estomacal, que flui de volta para o esôfago, pode causar irritação e inflamação, resultando em disfagia. A doença do refluxo gastroesofágico é uma das causas mais comuns de disfagia esofágica.

✅ Alergias alimentares – Em alguns casos, alergias a certos alimentos podem causar uma reação na garganta, resultando em inchaço e dificuldade para engolir.

✅ Corpos estranhos – Engolir acidentalmente objetos pequenos, como ossos ou comprimidos, pode causar obstrução e dor ao engolir.

✅ Envelhecimento – Com o envelhecimento, há uma redução natural na força muscular e na coordenação, o que pode contribuir para a disfagia em idosos, mesmo sem a presença de doenças específicas.

Problemas neurológicos

Condições que afetam o cérebro, os nervos ou a medula espinhal podem interferir na capacidade de controlar os músculos envolvidos na deglutição. Alguns dos problemas neurológicos mais comuns associados à disfagia incluem:

✅ Acidente vascular cerebral (AVC) – Um dos principais fatores de risco para disfagia, especialmente em pessoas idosas. Um AVC pode danificar as áreas do cérebro responsáveis pela coordenação da deglutição, levando a dificuldades imediatas ou progressivas para engolir.

✅ Doença de parkinson – Este distúrbio neurológico degenerativo afeta os movimentos voluntários, incluindo a coordenação necessária para engolir. A rigidez muscular e os tremores característicos da doença podem contribuir para a disfagia.

✅ Esclerose múltipla – Esse problema danifica a bainha de mielina que protege os nervos, prejudicando a transmissão de sinais nervosos. Isso pode resultar em problemas de deglutição em alguns pacientes.

✅ Esclerose lateral amiotrófica – Esta condição neurodegenerativa afeta os neurônios motores, causando fraqueza muscular progressiva. A disfagia é um sintoma comum na ELA devido à deterioração dos músculos da garganta e da língua.

Distúrbios musculares

Algumas condições que afetam os músculos podem causar dificuldade para engolir, como:

✅ Miastenia gravis – Doença autoimune que enfraquece os músculos voluntários, incluindo aqueles usados para engolir. A fadiga muscular progressiva pode resultar em episódios intermitentes de disfagia.

✅ Distrofia muscular – Um grupo de doenças genéticas, que causam a degeneração dos músculos, incluindo os músculos da deglutição. Pessoas com distrofia muscular podem experimentar dificuldade para engolir à medida que a doença avança.

Obstruções físicas

Obstruções ou estreitamentos no esôfago ou na garganta são causas comuns de disfagia e podem ser resultantes de:

✅ Câncer de esôfago ou garganta – Tumores podem crescer e bloquear parcial ou completamente o esôfago ou a garganta, dificultando a passagem de alimentos e líquidos.

✅ Estenose esofágica – Um estreitamento do esôfago, geralmente causado por inflamação crônica, como em casos de refluxo gastroesofágico (DRGE) não tratado. Isso pode tornar a deglutição dolorosa e difícil.

✅ Crescimento de tecidos (divertículos e pólipos) – Divertículos esofágicos (pequenos sacos que se formam na parede do esôfago) podem causar dificuldade para engolir e regurgitação. Pólipos também podem obstruir parcialmente o esôfago.

Diagnóstico da disfagia

Diagnosticar a disfagia de forma precisa é crucial para identificar a causa e tratar de forma eficaz. Como a disfagia pode ser causada por uma ampla gama de condições, o processo de diagnóstico geralmente envolve uma série de exames e avaliações. 

Esses exames ajudam a avaliar a anatomia e a função das estruturas envolvidas na deglutição e a identificar anormalidades. 

Anamnese e exame físico

A investigação começa com uma consulta detalhada, quando é colhido o histórico médico da pessoa e são feitas perguntas específicas sobre os sintomas, como há quanto tempo começaram, se há dor ao engolir, se ocorre com sólidos, líquidos ou ambos e se há episódios de regurgitação ou engasgo. Um exame físico, incluindo a inspeção da boca e da garganta, também pode ser realizado para verificar sinais visíveis de anormalidades.

Videofluoroscopia (estudo da deglutição com bário)

A videofluoroscopia é um dos testes mais comuns para avaliar a deglutição. Nesse exame, a pessoa ingere uma substância líquida ou pastosa contendo bário, um contraste que aparece em radiografias. Durante a ingestão, são feitas radiografias em movimento, permitindo ao médico visualizar em tempo real como o bário passa pela boca, garganta e esôfago. 

Este exame é especialmente útil para identificar problemas na fase orofaríngea da deglutição e para detectar aspirações (quando alimentos ou líquidos entram nas vias respiratórias).

Endoscopia digestiva alta

A endoscopia digestiva alta é um exame que usa um tubo flexível com uma câmera na ponta (endoscópio) para visualizar diretamente o interior do esôfago, do estômago e parte do intestino delgado. 

Esse exame permite identificar inflamações, úlceras, estreitamentos, tumores ou outras anormalidades que possam estar causando a disfagia. Além disso, durante a endoscopia, é possível realizar biópsias para análise laboratorial, se necessário.

Ecografia (ultrassonografia)

A ecografia, ou ultrassonografia, é um exame de imagem que usa ondas sonoras para criar imagens das estruturas internas do corpo. No contexto da disfagia, a ecografia pode ser usada para investigar a presença de formações como cistos ou nódulos, que estejam pressionando ou obstruindo a passagem da garganta.

Manometria esofágica

A manometria esofágica mede a pressão e os movimentos do esôfago durante a deglutição. Nesse teste, um tubo fino e flexível é inserido pelo nariz até o esôfago, onde sensores de pressão ao longo do tubo registram as contrações musculares. 

A manometria é útil para diagnosticar condições como a acalasia, onde há falhas na abertura do esfíncter esofágico inferior ou distúrbios de motilidade esofágica que podem causar disfagia.

Tomografia computadorizada e ressonância magnética

Esses exames de imagem avançada são usados para obter imagens detalhadas das estruturas internas do corpo. 

A tomografia computadorizada é útil para avaliar possíveis obstruções ou massas no esôfago e áreas próximas, enquanto a ressonância magnética pode fornecer imagens detalhadas dos tecidos moles, ajudando a identificar lesões ou condições que possam afetar a deglutição. 

Ambos os exames são valiosos para detecção de tumores, malformações e inflamações profundas.

Testes de pH e impedância esofágica

Esses testes são usados para medir a quantidade de ácido que sobe do estômago para o esôfago (refluxo ácido). Eles são especialmente relevantes para pacientes com sintomas de refluxo gastroesofágico (DRGE), uma causa comum de disfagia. 

O teste de pH envolve a colocação de um sensor no esôfago para medir a acidez ao longo de 24 horas, enquanto o teste de impedância mede o movimento de substâncias ao longo do esôfago.

Tratamentos para a disfagia

O tratamento para a disfagia vai depender da causa, da gravidade dos sintomas e do tipo específico de disfagia (orofaríngea ou esofágica). Em muitos casos, uma abordagem multidisciplinar – médica, fonoaudiológica e nutricional – é essencial.

Mudanças de estilo de vida e dieta

Ajustar a textura dos alimentos e líquidos pode ser uma estratégia eficaz para evitar a aspiração e facilitar a deglutição. Alimentos mais macios e líquidos engrossados são frequentemente recomendados para pacientes com disfagia.

Instruções sobre como comer lentamente, tomar pequenos goles de líquido entre as mordidas e evitar falar enquanto come podem ajudar a reduzir o risco de engasgos e melhorar a deglutição.

Sentar-se ereto e manter a cabeça ligeiramente inclinada para a frente durante as refeições pode ajudar na passagem dos alimentos pela garganta e esôfago.

Terapia de reabilitação

Fonoaudiólogos(as) são profissionais essenciais no tratamento da disfagia, especialmente em casos de origem neurológica. Eles(as) podem ensinar técnicas de deglutição compensatória, exercícios para fortalecer os músculos da garganta e da língua, e maneiras de modificar a postura durante a alimentação para facilitar a deglutição.

Pacientes podem ser orientados a realizar exercícios específicos que visam melhorar a coordenação e a força muscular necessária para engolir, como a técnica de Mendelsohn (manter a laringe elevada durante a deglutição) e exercícios de resistência com dispositivos especializados.

Tratamentos médicos

Se a disfagia for causada por inflamações ou refluxo gastroesofágico, medicamentos como inibidores da bomba de prótons (omeprazol, esomeprazol) e antiácidos podem ser prescritos para reduzir a produção de ácido estomacal e minimizar a inflamação do esôfago.

Em casos de disfagia causada por infecções, como amigdalite ou esofagite viral, os médicos podem prescrever antibióticos ou medicamentos antivirais para tratar a infecção e aliviar os sintomas.

Para pacientes com espasmos esofágicos ou condições como acalasia, onde os músculos do esôfago têm dificuldade de relaxar, relaxantes musculares ou injeções de toxina botulínica (Botox) podem ser utilizados para melhorar a função muscular e facilitar a deglutição.

Intervenções cirúrgicas

O procedimento de dilatação esofágica é frequentemente indicado para tratar estenoses esofágicas (estreitamentos) causadas por refluxo crônico ou outras condições. Durante a dilatação, um balão ou um instrumento dilatador é inserido no esôfago para expandi-lo, permitindo uma passagem mais fácil de alimentos e líquidos.

Para pacientes com acalasia, uma cirurgia chamada miotomia pode ser realizada. Neste procedimento, os músculos do esfíncter esofágico inferior são cortados para permitir que os alimentos passem mais facilmente para o estômago.

Se a disfagia for causada por tumores, pólipos ou divertículos esofágicos, a remoção cirúrgica pode ser necessária. Dependendo da localização e do tipo de crescimento, isso pode ser feito por meio de endoscopia ou cirurgia aberta.

Em casos de obstrução esofágica por tumores malignos, pode-se colocar um stent (tubo de metal ou plástico) no esôfago para mantê-lo aberto e permitir a passagem de alimentos.

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Ecodoppler: o que é, para que serve, tipos e quando é indicado

O ecodoppler é um exame de imagem não invasivo e amplamente utilizado na medicina moderna para avaliar o fluxo sanguíneo em diferentes partes do corpo. 

Baseado nos princípios do ultrassom, o ecodoppler utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens detalhadas de órgãos e vasos sanguíneos, além de medir a velocidade e a direção do fluxo sanguíneo. 

Essa tecnologia avançada permite aos médicos identificar problemas vasculares e cardíacos de maneira precisa, ajudando no diagnóstico e no acompanhamento de diversas condições de saúde, em especialidades médicas como cardiologia, neurologia, ginecologia e angiologia e endocrinologia.

Continue a leitura para tirar todas as suas dúvidas sobre esse exame de imagem tão importante!

Por que o ecodoppler é tão importante

Seja para monitorar a saúde do coração, avaliar a circulação sanguínea no cérebro ou acompanhar o desenvolvimento fetal durante a gravidez, o ecodoppler desempenha um papel crucial. Ele oferece informações valiosas que são fundamentais para a detecção precoce de doenças e para o planejamento de tratamentos adequados.

Além de ser um exame seguro e indolor, o ecodoppler não utiliza radiação, o que o torna uma escolha preferencial para pacientes que necessitam de monitoramento regular ou para aqueles em situações delicadas, como mulheres grávidas e crianças. 

Com a capacidade de fornecer resultados em tempo real, o ecodoppler é uma ferramenta diagnóstica essencial que contribui significativamente para a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos pacientes.

Diferenças entre o ecodoppler e a ultrassonografia convencional

Embora o ecodoppler e a ultrassonografia convencional sejam técnicas de imagem baseadas em ultrassom e utilizem ondas sonoras para criar imagens do interior do corpo, existem diferenças fundamentais entre eles, principalmente em termos de finalidade e funcionalidade.

Finalidade e função

A ultrassonografia convencional é amplamente utilizada para criar imagens de estruturas anatômicas internas, como órgãos, músculos, tendões e outros tecidos. Ela fornece uma imagem detalhada e estática, que permite aos médicos visualizar a forma, o tamanho e a posição dos órgãos e identificar anomalias estruturais, como tumores, cistos e inflamações. É comumente utilizada em exames abdominais, pélvicos, obstétricos e musculoesqueléticos.

Já o ecodoppler, além de fornecer imagens das estruturas anatômicas, possui a capacidade adicional de avaliar o fluxo sanguíneo nos vasos e o funcionamento do coração em tempo real. 

Utilizando o efeito Doppler, ele mede a velocidade e a direção do sangue que flui pelas artérias e veias, permitindo a detecção de problemas como obstruções, estenoses (estreitamentos) e refluxos. Isso o torna essencial para avaliar condições cardiovasculares e vasculares, como trombose venosa profunda, varizes, insuficiência arterial e problemas cardíacos.

Tecnologias usadas

A ultrassonografia convencional usa transdutores que emitem ondas sonoras de alta frequência que são refletidas pelos tecidos e órgãos internos. As ondas refletidas são captadas e convertidas em imagens bidimensionais, que mostram as estruturas internas em preto e branco. A ultrassonografia convencional não mede o movimento dos fluidos ou do sangue.

Já o ecodoppler combina a tecnologia de ultrassonografia convencional com o efeito Doppler, que capta mudanças na frequência das ondas sonoras refletidas pelos glóbulos vermelhos em movimento. Isso permite que o ecodoppler crie imagens coloridas do fluxo sanguíneo e forneça dados sobre a velocidade e direção do sangue, facilitando a identificação de áreas com fluxo anormal ou problemas de circulação.

Para que serve o ecodoppler?

O ecodoppler é hoje uma ferramenta diagnóstica essencial na medicina, utilizada para avaliar o fluxo sanguíneo e identificar problemas em diferentes partes do corpo, ajudando no diagnóstico precoce de doenças, no monitoramento de condições crônicas e no planejamento de tratamentos. 

Aqui estão algumas das principais finalidades do ecodoppler:

Avaliação do fluxo sanguíneo e estruturas vasculares

Uma das principais funções do ecodoppler é a análise detalhada do fluxo sanguíneo nas artérias e veias. Ele permite aos médicos observar como o sangue se move através dos vasos, identificar obstruções, estreitamentos (estenoses) ou dilatações (aneurismas), além de detectar áreas onde o fluxo sanguíneo pode estar comprometido. 

Essas informações são cruciais para o diagnóstico e tratamento de condições vasculares, como trombose, varizes e doenças arteriais periféricas.

Diagnóstico de doenças cardíacas

Na cardiologia, o ecodoppler é uma ferramenta fundamental para avaliar o funcionamento do coração. Ao medir o fluxo de sangue através das câmaras e válvulas cardíacas, o exame pode detectar problemas como insuficiência cardíaca, defeitos nas válvulas (como estenose ou regurgitação), cardiopatias congênitas e doenças cardíacas isquêmicas. 

Além disso, o ecodoppler pode ajudar a determinar o tamanho e a forma do coração, a espessura das paredes cardíacas e a função de bombeamento do coração.

Monitoramento de gravidez e saúde do feto

O ecodoppler fetal é amplamente utilizado durante a gravidez para monitorar o bem-estar do feto e a circulação sanguínea na placenta e no cordão umbilical. 

Esse tipo de ecodoppler pode detectar problemas como restrição de crescimento intrauterino (RCIU) e insuficiência placentária, que podem afetar o desenvolvimento do bebê. Também é utilizado para avaliar gestações de alto risco e garantir que o feto esteja recebendo oxigênio e nutrientes adequados.

Avaliação de doenças neurológicas

O ecodoppler transcraniano é utilizado para estudar o fluxo sanguíneo nas grandes artérias do cérebro. Ele é essencial para diagnosticar e monitorar condições como acidente vascular cerebral (AVC), aneurismas cerebrais e malformações arteriovenosas. 

Além disso, pode ser usado para avaliar o risco de eventos isquêmicos em pacientes com doenças cerebrovasculares conhecidas.

Diagnóstico de problemas abdominais e renais

O ecodoppler também pode ser utilizado para avaliar o fluxo sanguíneo nos órgãos abdominais, como fígado e rins. É útil na detecção de condições como hipertensão renovascular (causada por estenose nas artérias renais), cirrose hepática e trombose da veia porta. 

Ao identificar alterações no fluxo sanguíneo desses órgãos, o ecodoppler pode ajudar a diagnosticar doenças e orientar o tratamento adequado.

Avaliação de insuficiência venosa e varizes

Em pacientes com suspeita de insuficiência venosa ou varizes, o ecodoppler pode determinar a presença e a extensão do refluxo venoso, uma condição em que o sangue não flui adequadamente pelas veias, causando inchaço, dor e varizes. 

O exame ajuda a planejar tratamentos, como a escleroterapia ou a cirurgia, garantindo uma abordagem eficaz e segura.

Planejamento e monitoramento de tratamentos

Além de ser uma ferramenta diagnóstica, o ecodoppler é amplamente utilizado para monitorar a eficácia de tratamentos médicos e cirúrgicos. 

Ele pode ser utilizado para avaliar o sucesso de procedimentos como angioplastias, colocação de stents e cirurgias de bypass, garantindo que o fluxo sanguíneo tenha sido restabelecido de forma adequada. 

Também é usado para monitorar pacientes com condições crônicas, como insuficiência cardíaca ou hipertensão, para ajustar o tratamento conforme necessário.

Benefícios e vantagens do ecodoppler

O ecodoppler é um exame amplamente utilizado na medicina devido aos inúmeros benefícios e vantagens que oferece em comparação com outras técnicas de diagnóstico por imagem. Sua eficácia na avaliação do fluxo sanguíneo e na detecção de condições vasculares e cardíacas o torna uma ferramenta indispensável para médicos de diversas especialidades. 

Abaixo estão alguns dos principais benefícios e vantagens do ecodoppler:

Exame não invasivo e indolor

Um dos maiores benefícios do ecodoppler é que ele é um exame não invasivo, o que significa que não requer incisões, agulhas ou procedimentos cirúrgicos. A pessoa simplesmente se deita em uma mesa de exame enquanto o médico usa um transdutor (uma espécie de sonda) para enviar e receber ondas sonoras. 

Além disso, o exame é indolor, causando no máximo um leve desconforto devido à aplicação do gel na pele. Essa característica torna o ecodoppler uma opção segura e confortável para pacientes de todas as idades, incluindo grávidas e crianças.

Segurança: sem exposição à radiação

Diferentemente de exames como tomografia computadorizada e raios-X, o ecodoppler não utiliza radiação ionizante. Em vez disso, ele emprega ondas sonoras de alta frequência para gerar imagens e medir o fluxo sanguíneo. 

Essa ausência de radiação faz do ecodoppler uma escolha segura para pacientes que necessitam de avaliações frequentes, como aqueles com doenças crônicas ou gestantes, que exigem monitoramento contínuo.

Diagnóstico preciso e imediato

O ecodoppler fornece imagens em tempo real e dados detalhados sobre o fluxo sanguíneo, permitindo que os médicos identifiquem rapidamente problemas como obstruções, estreitamentos, refluxos ou anormalidades no movimento do sangue. 

A capacidade de fornecer informações precisas sobre a velocidade e a direção do fluxo sanguíneo torna o ecodoppler extremamente eficaz no diagnóstico de condições vasculares e cardíacas, como tromboses, insuficiência arterial e doenças valvulares. 

Essa precisão ajuda a iniciar tratamentos adequados mais rapidamente, potencialmente prevenindo complicações graves.

Avaliação completa do sistema cardiovascular

Além de avaliar o fluxo sanguíneo, o ecodoppler também permite a visualização das paredes dos vasos sanguíneos e das válvulas cardíacas, identificando espessamentos, placas de aterosclerose ou outras anomalias estruturais. 

No contexto cardíaco, ele pode medir a função de bombeamento do coração, detectar cardiopatias congênitas e avaliar a eficácia de intervenções, como angioplastias ou cirurgias de bypass. Isso o torna um exame abrangente para a avaliação completa do sistema cardiovascular.

Monitoramento e acompanhamento de tratamentos

O ecodoppler não é apenas uma ferramenta diagnóstica; ele também é essencial no monitoramento contínuo de condições vasculares e cardíacas. Pacientes com insuficiência venosa, hipertensão renovascular ou que passaram por procedimentos de revascularização, por exemplo, podem ser monitorados com o ecodoppler para avaliar a eficácia do tratamento e a evolução da doença. 

Essa capacidade de monitoramento regular é fundamental para ajustes no plano de tratamento, garantindo melhores resultados a longo prazo.

Versatilidade em diferentes especialidades médicas

O ecodoppler é uma ferramenta versátil, que pode ser usada em diversas áreas da medicina, como cardiologia, neurologia, obstetrícia, nefrologia e angiologia. 

Ele é utilizado para avaliar a saúde do coração, identificar problemas neurológicos relacionados ao fluxo sanguíneo cerebral, monitorar a saúde fetal e a circulação placentária, e verificar o estado dos vasos sanguíneos em diferentes partes do corpo. 

Essa versatilidade torna o ecodoppler um exame indispensável em muitos contextos clínicos.

Veja também:

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Cansaço excessivo: o que pode ser e como tratar?

É normal nos sentirmos cansados vez ou outra, especialmente em situações de maior desgaste físico ou mesmo mental. Porém, após uma boa noite de sono, é esperado que a gente já esteja recuperado e com energias renovadas.

E quando o repouso diário não é suficiente para afastar esse cansaço e acordamos parecendo que já estamos cansados?

O cansaço excessivo pode ter diferentes causas – simples ou complexas – e precisa ser investigado.

A seguir te ajudamos a entender o que pode causar esse problema e como tratar!

O que é o cansaço excessivo?

O cansaço excessivo – também conhecido como fadiga persistente – é uma sensação de exaustão constante, que vai além do cansaço normal após atividades físicas ou mentais intensas. 

Diferentemente de uma fadiga passageira, que pode ser resolvida com descanso ou uma boa noite de sono, o cansaço excessivo é duradouro, afeta a rotina diária e não melhora significativamente com o repouso. Confira suas características:

✅ Duração prolongada – O cansaço persiste por semanas ou meses, sem uma causa aparente e sem alívio com o descanso.

✅ Impacto na qualidade de vida – A fadiga interfere nas atividades diárias, dificultando tarefas simples como levantar-se da cama, concentrar-se no trabalho, ou manter interações sociais.

✅ Sintomas associados – Além da exaustão física, o cansaço excessivo pode vir acompanhado de outros sintomas, como dores musculares, dores de cabeça, dificuldades de concentração e problemas de memória.

Como identificar o cansaço excessivo

Identificar quando o cansaço ultrapassa os limites normais é crucial para buscar ajuda e tratar possíveis causas subjacentes. Alguns dos sinais que indicam cansaço excessivo incluem:

✅ Dificuldade em acordar pela manhã – Mesmo após uma noite completa de sono, a pessoa pode ter dificuldade para se levantar e começar o dia.

✅ Falta de energia ao longo do dia – A sensação de esgotamento pode persistir durante todo o dia, com pouca ou nenhuma melhora após pausas ou sonecas.

✅ Redução da capacidade de foco – Dificuldade em manter a atenção, memória fraca, e lentidão no raciocínio são comuns em pessoas que sofrem de fadiga excessiva.

✅ Irritabilidade e alterações de humor – O cansaço excessivo pode levar à irritabilidade, impaciência e mudanças bruscas de humor, afetando as relações pessoais e profissionais.

✅ Dores e desconfortos – Dores musculares, dores de cabeça frequentes e uma sensação geral de mal-estar podem acompanhar o cansaço excessivo.

Esse estado de exaustão contínua não deve ser ignorado, pois pode ser um sinal de que algo mais sério está acontecendo com a saúde. Entender a diferença entre um cansaço comum e o cansaço excessivo é o primeiro passo para buscar o tratamento adequado e recuperar a qualidade de vida.

Principais causas do cansaço excessivo

O cansaço excessivo pode ser provocado por uma variedade de fatores, desde hábitos de vida inadequados até problemas de saúde. Identificar a causa exata é essencial para tratar adequadamente a fadiga persistente. 

Problemas de sono

A apneia do sono é um distúrbio em que a respiração para temporariamente durante o sono, o que leva a despertares frequentes durante a noite. Essas interrupções reduzem a qualidade do sono, resultando em cansaço extremo durante o dia, mesmo que a pessoa acredite ter dormido o suficiente.

A dificuldade para adormecer ou manter o sono durante a noite pode causar cansaço extremo, irritabilidade e dificuldades de concentração, afetando significativamente a vida diária.

Uma outra alteração do sono é a Síndrome das Pernas Inquietas; condição que causa uma necessidade irresistível de mover as pernas durante o repouso, especialmente à noite, o que pode interromper o sono e levar a cansaço excessivo.

Estresse e ansiedade

O estresse prolongado pode esgotar as reservas de energia do corpo, levando à fadiga constante. Quando estamos sob estresse, o corpo libera hormônios como o cortisol, que, em níveis elevados por longos períodos, podem contribuir para o cansaço persistente.

A ansiedade pode interferir no sono e na capacidade de relaxar, causando um ciclo vicioso de preocupação e exaustão. A mente está em constante alerta, o que desgasta as energias e provoca cansaço físico e mental.

Problemas de saúde

O hipotireoidismo ocorre quando a glândula tireoide não produz hormônios suficientes, o que pode resultar em uma desaceleração do metabolismo, levando a cansaço extremo, ganho de peso e sensação de frio.

A anemia, especialmente a anemia por deficiência de ferro, reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio para os tecidos do corpo, causando fraqueza, palidez e cansaço excessivo.

Níveis descompensados de açúcar no sangue, tanto altos quanto baixos, podem causar cansaço. O corpo não consegue utilizar a glicose de forma eficiente para obter energia, o que resulta em fadiga crônica.

Doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca, podem causar cansaço extremo, uma vez que o coração não é capaz de bombear sangue adequadamente para os músculos e outros órgãos, comprometendo a energia.

Má alimentação

Uma dieta inadequada, pobre em nutrientes essenciais como ferro, vitamina B12, e vitamina D, pode levar ao cansaço. A falta desses nutrientes impede o corpo de produzir energia suficiente, resultando em fadiga.

Por outro lado, alimentos ricos em açúcar e processados podem causar picos e quedas bruscas nos níveis de açúcar no sangue, levando a sensação de cansaço após o consumo desses alimentos.

Sedentarismo

O sedentarismo pode levar a uma diminuição na capacidade do corpo de utilizar oxigênio e produzir energia, resultando em cansaço. A falta de atividade física também pode contribuir para a perda de massa muscular, que pode agravar a sensação de fadiga.

Pessoas que não se exercitam regularmente podem sentir cansaço mais rapidamente, mesmo após atividades leves, devido à falta de resistência física.

Uso de Medicamentos

Certos medicamentos, como antidepressivos, anti-histamínicos e medicamentos para pressão alta, têm como efeito colateral a sonolência e o cansaço. Esses efeitos podem ser mais pronunciados em alguns indivíduos, levando à fadiga persistente.

Quando procurar ajuda médica?

Embora o cansaço ocasional seja normal, o cansaço excessivo – que persiste por semanas ou meses – pode ser um sinal de uma condição médica que requer atenção. Saber quando procurar ajuda médica é crucial para garantir que você esteja recebendo o tratamento adequado e evitando complicações futuras.

Se você está se sentindo cansado por um período prolongado, sem uma causa aparente, e o descanso diário não está ajudando, é hora de consultar um médico. O cansaço excessivo pode ser sintoma de uma série de condições que precisam ser diagnosticadas e tratadas.

Caso esse cansaço esteja afetando sua capacidade de realizar atividades diárias, como trabalhar, estudar, ou cuidar de si mesmo, isso indica que algo está errado e merece uma investigação médica.

Se o cansaço estiver acompanhado por perda de peso inexplicável, isso pode indicar um problema mais sério, como uma doença metabólica ou até câncer.

Fadiga excessiva acompanhada por dores musculares, articulares ou de cabeça pode ser indicativa de condições como fibromialgia ou doenças autoimunes, que requerem tratamento específico.

Finalmente, caso esse cansaço esteja associado a quadros de depressão, ansiedade ou mudanças drásticas no humor, isso pode ser um sinal de que você precisa de apoio médico e psicológico.

Como diagnosticar o cansaço excessivo

Ao procurar ajuda médica para o cansaço excessivo, o(a) médico(a) pode recomendar uma série de exames para identificar a causa subjacente. Esses exames incluem:

✅ Exames de sangue – Um hemograma completo pode ajudar a identificar anemia, que é uma causa comum de cansaço. Exames para medir os níveis de vitamina B12, vitamina D e hormônios da tireoide (TSH, T3, T4) também podem ser realizados para verificar deficiências nutricionais e disfunções hormonais.

✅ Polissonografia – Caso haja a suspeita de distúrbios do sono, como apneia do sono, o médico pode recomendar uma polissonografia, um exame que monitora várias funções corporais durante o sono, incluindo respiração, níveis de oxigênio, e atividade cerebral.

✅ Eletrocardiograma (ECG) – Se houver suspeita de problemas cardíacos, um eletrocardiograma pode ser realizado para verificar a saúde do coração e identificar possíveis causas de fadiga, como insuficiência cardíaca.

✅ Avaliação psicológica – Em casos onde o cansaço excessivo está relacionado à saúde mental, uma avaliação psicológica pode ser útil para diagnosticar condições como depressão ou ansiedade.

Procurar ajuda médica é essencial para identificar a causa do cansaço excessivo e iniciar o tratamento adequado. Ignorar os sinais de alerta pode levar ao agravamento dos sintomas e a complicações mais sérias.

Tratamentos para o cansaço excessivo

O tratamento para o cansaço excessivo depende da causa e pode envolver uma combinação de ações, como mudanças no estilo de vida, terapias específicas e, em alguns casos, tratamento médico. Abaixo estão as abordagens mais comuns para tratar o cansaço excessivo:

Dieta e suplementação

Uma dieta rica em nutrientes essenciais, como ferro, vitamina B12, magnésio, e ácidos graxos ômega-3, pode ajudar a combater o cansaço. Incorporar frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis à dieta é fundamental para manter níveis de energia adequados.

Se o cansaço for causado por deficiências nutricionais, como a falta de ferro, vitamina B12 ou vitamina D, o médico pode recomendar suplementos para corrigir essas deficiências.

Atividade física

A atividade física regular é uma das melhores maneiras de aumentar os níveis de energia e combater o cansaço. Exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida, ou ciclismo, aumentam a circulação e ajudam a melhorar a qualidade do sono. Exercícios de resistência, como musculação, ajudam a aumentar a força muscular e a resistência física.

Sono adequado

Garantir um sono de qualidade é essencial para combater o cansaço. Estabeleça uma rotina de sono regular, com horários fixos para dormir e acordar, e crie um ambiente propício ao descanso, evitando o uso de eletrônicos antes de dormir e mantendo o quarto escuro e silencioso.

Hidratação

A desidratação pode contribuir para a fadiga. Beber água suficiente ao longo do dia ajuda a manter os níveis de energia e a evitar o cansaço.

Problemas de saúde

Para pacientes com hipotireoidismo, a reposição hormonal pode ser necessária para normalizar os níveis de hormônios da tireoide e reduzir a fadiga.

Se o cansaço for causado por uma condição crônica, como diabetes ou doenças cardíacas, o tratamento adequado dessa condição é essencial para controlar a fadiga. Isso pode incluir medicação, mudanças na dieta e acompanhamento médico.

Para pacientes cujo cansaço está relacionado a condições de saúde mental, como depressão ou ansiedade, a terapia cognitivo-comportamental pode ser eficaz para ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a energia.

O tratamento para o cansaço excessivo deve ser personalizado de acordo com as necessidades individuais do paciente. Ao identificar a causa subjacente e implementar um plano de tratamento abrangente, é possível recuperar a energia, melhorar a qualidade de vida e prevenir o cansaço excessivo no futuro.

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Dor no pescoço: causas e como diagnosticar?

A dor no pescoço é uma condição comum, que afeta uma grande parte da população em algum momento da vida. Esse tipo de dor pode variar de um leve desconforto a uma dor intensa e limitar os movimentos diários e a qualidade de vida. 

Muitas vezes, a dor no pescoço pode ser um sinal de problemas mais profundos, que necessitam de atenção médica. Por isso, entender suas possíveis causas pode fazer toda diferença.

Confira a seguir tudo o que você precisa saber sobre esse assunto!

Conheça as estruturas do pescoço 

Para compreender melhor as causas da dor no pescoço, é importante ter uma noção básica da sua anatomia. O pescoço é uma estrutura complexa, composta por ossos, músculos, nervos, vasos sanguíneos e outras estruturas

Ele desempenha um papel crucial na sustentação da cabeça e na proteção das vias nervosas e vasculares que passam por essa região, sendo composto por:

✅ Vértebras cervicais – O pescoço contém sete vértebras (C1 a C7) que formam a parte cervical da coluna vertebral. Estas vértebras são responsáveis por fornecer suporte e mobilidade à cabeça.

✅ Discos intervertebrais – Entre as vértebras estão os discos intervertebrais, que atuam como amortecedores, permitindo flexibilidade e absorvendo impactos.

✅ Músculos – Vários músculos, incluindo o trapézio, esternocleidomastóideo e os escalenos, ajudam no movimento e na estabilidade do pescoço.

✅ Nervos – O pescoço abriga importantes nervos, como a medula espinhal e os nervos cervicais, que transmitem sinais entre o cérebro e o resto do corpo.

✅ Vasos sanguíneos – Grandes vasos sanguíneos, como as artérias carótidas e veias jugulares, passam pelo pescoço, fornecendo sangue ao cérebro e drenando-o de volta ao coração.

Compreender essa anatomia é essencial para identificar onde a dor pode estar se originando e qual estrutura pode estar comprometida. Seja uma tensão muscular, um problema nos discos intervertebrais ou uma compressão nervosa, conhecer a anatomia do pescoço ajuda a direcionar o diagnóstico e o tratamento adequados.

Principais causas para dor no pescoço

Dores no pescoço podem ser causadas por uma variedade de fatores, desde problemas musculares até condições médicas mais graves. Conhecer as causas mais comuns pode ajudar na identificação precoce e no tratamento adequado da dor.

Má postura

A má postura é uma das principais causas de dor no pescoço. Com o aumento do uso de computadores e dispositivos móveis, muitas pessoas passam longos períodos com a cabeça inclinada para frente, o que coloca uma tensão excessiva nos músculos e ligamentos do pescoço. 

Sentar-se com os ombros curvados ou dormir em posições inadequadas também pode contribuir para o desenvolvimento de dores cervicais.

Tensão muscular e estresse

O estresse e a tensão emocional podem causar contraturas musculares, levando à dor no pescoço. Situações de estresse aumentam a produção de hormônios como o cortisol, que pode provocar a contração dos músculos do pescoço e ombros. Além disso, atividades diárias que envolvem movimentos repetitivos ou levantar objetos pesados podem sobrecarregar os músculos e causar dor.

Lesões por movimentos repetitivos

Atividades que envolvem movimentos repetitivos do pescoço, como certos esportes ou trabalhos que exigem olhar constantemente para cima ou para baixo, podem levar a lesões por esforço repetitivo. Essas lesões ocorrem quando os músculos e tendões são usados excessivamente sem tempo adequado para recuperação, resultando em inflamação e dor.

Traumas e acidentes

Acidentes de carro, quedas ou golpes diretos no pescoço podem causar lesões traumáticas, como a chamada “chicotada cervical”. Este tipo de lesão ocorre quando a cabeça é subitamente forçada para trás e depois para frente, estirando os músculos e ligamentos além dos seus limites normais. Esses traumas podem resultar em dor imediata e problemas a longo prazo se não forem tratados adequadamente.

Problemas na coluna cervical

Condições degenerativas da coluna, como a hérnia de disco cervical ou espondilose (desgaste das vértebras e discos), são causas comuns de dor no pescoço. A hérnia de disco ocorre quando o núcleo gelatinoso de um disco intervertebral se projeta para fora, comprimindo nervos próximos. A espondilose, por outro lado, é o resultado do desgaste natural dos ossos e cartilagens, levando à dor e rigidez.

Condições médicas

Algumas condições médicas podem causar dor no pescoço, incluindo artrite reumatoide, que provoca inflamação nas articulações cervicais, e fibromialgia, uma condição crônica caracterizada por dor muscular generalizada. Outras condições menos comuns, como tumores ou infecções na coluna cervical, também podem ser responsáveis por dores no pescoço.

Infecções e inflamações

Infecções como meningite, que inflama as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podem causar dor severa no pescoço. Abscessos e outras infecções locais também podem resultar em dor e inchaço. É importante procurar atendimento médico imediato se houver suspeita de infecção, especialmente se acompanhada de febre e outros sintomas sistêmicos.

Dor no pescoço: diagnóstico e tratamento

Diagnosticar a causa exata para uma dor no pescoço envolve uma abordagem abrangente, que inclui o exame clínico, a análise do histórico médico da pessoa e, se for o caso, a realização de exames complementares. Confira como essa investigação costuma ser feita: 

Exame clínico e histórico médico

O primeiro passo no diagnóstico é uma avaliação detalhada dos sintomas e do histórico médico da pessoa. O(A) especialista fará perguntas sobre a localização, intensidade e duração da dor, além de fatores que podem agravá-la ou aliviá-la. Durante o exame físico, também será avaliada a mobilidade do pescoço, sinais de inflamação, pontos de sensibilidade, além da presença de dores irradiadas para os ombros e braços.

Exames de investigação

Os exames de imagem são ferramentas essenciais para visualizar a estrutura interna do pescoço e identificar anomalias. Os principais exames incluem:

✅ Ecografia – A ecografia é um exame importante para investigar partes moles, como músculos e ligamentos, bem como para estudar possíveis nódulos ou massas na região do pescoço. 

✅ Raios-X – Utilizados para detectar fraturas, desalinhamentos vertebrais e sinais de desgaste ósseo.

✅ Ressonância magnética – Fornece imagens detalhadas dos tecidos moles, como músculos, nervos e discos intervertebrais, sendo útil para identificar hérnias de disco e compressões nervosas.

✅ Tomografia computadorizada – Oferece uma visão mais detalhada das estruturas ósseas e pode ser usada quando há suspeita de fraturas na região cervical.

✅ Eletroneuromiografia – Avalia a atividade elétrica dos músculos e a condução nervosa, ajudando a identificar danos nos nervos.

✅ Exames de sangue – Podem ser realizados para descartar infecções ou condições inflamatórias sistêmicas.

Tratamentos disponíveis

O tratamento da dor no pescoço varia conforme a causa identificada, a gravidade dos sintomas e a resposta individual ao tratamento. As abordagens podem incluir:

✅ Medicações – Entre os possíveis medicamentos usados em quadros de dor no pescoço, analgésicos comuns, que ajudam a aliviar a dor e reduzir a inflamação; relaxantes musculares, prescritos para aliviar espasmos musculares; e anti-inflamatórios, utilizados para reduzir inflamações severas.

✅ Fisioterapia e exercícios – A fisioterapia é parte crucial do tratamento, ajudando a fortalecer os músculos do pescoço, melhorar a flexibilidade e corrigir a postura, podendo ser prescritos exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e técnicas de reeducação postural.

✅ Terapias alternativas – Algumas pessoas encontram alívio para a dor com terapias complementares, como acupuntura (agulhas finas para estimular pontos específicos do corpo), quiropraxia (ajustes manuais para realinhar as vértebras e aliviar a pressão sobre os nervos) ou massoterapia (massagens terapêuticas que ajudam a relaxar os músculos e reduzir a tensão).

Procedimento cirúrgico

Pode ser indicada a realização de cirurgia em casos complexos ou crônicos, nos quais os tratamentos conservadores não trouxeram alívio ou quando há outra condição grave relacionada, como compressão da medula espinhal ou hérnia de disco significativa. As opções cirúrgicas incluem:

✅ Discectomia – Remoção do disco herniado que está comprimindo o nervo.

✅ Fusão vertebral – Unir duas ou mais vértebras para estabilizar a coluna.

✅ Laminectomia – Remoção de parte da vértebra para aliviar a pressão sobre os nervos.

O diagnóstico preciso e o tratamento adequado da dor no pescoço são essenciais para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com esse problema. Com uma combinação de exames clínicos, exames de imagem e tratamentos personalizados, é possível resolver as diversas causas da dor no pescoço, promovendo a recuperação e prevenindo recorrências.

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