Por que pessoas magras podem ter fígado gordo?

Embora a gordura no fígado seja frequentemente associada ao sobrepeso e à obesidade, muitas pessoas magras também podem apresentar essa condição. 

O acúmulo de gordura no fígado, conhecido como esteatose hepática, pode ocorrer em pessoas magras devido a diversos fatores, como predisposição genética, alimentação, sedentarismo e até condições como a resistência à insulina.

Compreender por que o fígado gordo afeta também quem está dentro da faixa de peso saudável é importante para desmistificar a ideia de que apenas o excesso de peso causa problemas hepáticos. 

Continue lendo para entender os motivos!

O que é a esteatose hepática?

A esteatose hepática, também conhecida como “fígado gordo,” é uma condição em que há um acúmulo excessivo de gordura no interior das células do fígado. Esse processo acontece quando o fígado, que normalmente ajuda a metabolizar e distribuir gorduras, começa a armazená-las em quantidades elevadas, resultando em um órgão mais “gordo” do que o habitual. 

Em alguns casos, a esteatose hepática é silenciosa e assintomática, mas pode evoluir para problemas mais graves se não for acompanhada e tratada.

A esteatose hepática se divide em duas categorias principais:

✅ Esteatose hepática não alcoólica (EHNA) – Essa forma de fígado gordo não está relacionada ao consumo de álcool e é a mais comum. A EHNA é geralmente associada a fatores metabólicos, como obesidade, resistência à insulina, altos níveis de colesterol e triglicerídeos, e até predisposição genética. Surpreendentemente, essa condição também pode ocorrer em pessoas magras devido a uma combinação de fatores como genética, dieta e estilo de vida sedentário.

✅ Esteatose hepática alcoólica – Nesse tipo, o acúmulo de gordura no fígado é resultado do consumo excessivo de álcool, que interfere no metabolismo das gorduras. Isso pode desencadear inflamação e danos às células hepáticas, levando a condições mais graves, como hepatite alcoólica e cirrose, quando não controlado.

É importante notar que a esteatose hepática, independentemente de estar ou não associada ao álcool, pode progredir para formas mais severas de doença hepática, incluindo inflamação (esteato-hepatite), fibrose (cicatrização) e, em casos mais graves, até cirrose e câncer de fígado. 

Por que pessoas magras podem ter fígado gordo?

O fígado gordo (esteatose hepática) pode ser causado por uma combinação de fatores que vão além do índice de massa corporal (IMC) e incluem genética, dieta, estilo de vida e até alterações hormonais. 

Abaixo, exploramos os principais fatores que contribuem para o acúmulo de gordura no fígado em pessoas com peso considerado saudável.

Predisposição genética

A genética desempenha um papel importante no risco de desenvolver esteatose hepática. Algumas pessoas são geneticamente predispostas a armazenar gordura no fígado, mesmo quando não apresentam excesso de peso. 

Mutação em genes específicos pode afetar a forma como o corpo metaboliza gorduras, predispondo certos indivíduos a condições como resistência à insulina e acúmulo de gordura no fígado.

Dieta e estilo de vida

Mesmo em pessoas magras, uma dieta rica em alimentos processados, açúcar refinado, carboidratos simples e gorduras trans pode levar ao acúmulo de gordura no fígado. Alimentos como doces, refrigerantes e frituras, por exemplo, podem gerar uma sobrecarga de gordura e glicose no fígado, aumentando o risco de esteatose hepática. 

Além disso, o consumo excessivo de frutose (presente em bebidas adoçadas e muitos produtos industrializados) está fortemente ligado ao desenvolvimento de gordura hepática.

Sedentarismo e resistência à insulina

A falta de atividade física é outro fator que pode contribuir para o fígado gordo, mesmo em indivíduos magros. O sedentarismo, associado à resistência à insulina, afeta o metabolismo do corpo, facilitando o armazenamento de gordura no fígado. 

A resistência à insulina faz com que as células tenham dificuldade em utilizar a glicose no sangue, o que leva o fígado a converter o excesso de glicose em gordura.

Condições metabólicas e hormônios

Pessoas com alterações metabólicas, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) (no caso das mulheres), também podem ter um risco maior de desenvolver gordura no fígado, independentemente do peso. Além disso, condições hormonais que afetam o metabolismo de lipídios, como baixos níveis de hormônios sexuais em mulheres após a menopausa, também aumentam o risco de fígado gordo.

Esses fatores mostram que o fígado gordo não é exclusivo de pessoas com excesso de peso e que a saúde hepática está associada a uma série de influências, como genética e estilo de vida. 

Esteatose hepática dá algum sintoma?

Embora na maioria das vezes seja assintomática, a esteatose hepática (ou fígado gordo) pode apresentar alguns sinais e sintomas, mesmo em pessoas magras. 

Como a condição é associada mais frequentemente ao excesso de peso, os sinais podem passar despercebidos ou serem confundidos com outras questões de saúde. No entanto, reconhecer esses sinais é essencial para garantir um diagnóstico precoce e reduzir o risco de complicações.

Aqui estão alguns sintomas que podem indicar o acúmulo de gordura no fígado em pessoas magras:

✅ Fadiga e cansaço excessivo – O fígado gordo pode levar à sensação de cansaço e falta de energia. Isso ocorre porque a função hepática fica comprometida, prejudicando o metabolismo de nutrientes e a produção de energia. Essa fadiga pode ser confundida com cansaço normal, mas, quando persistente, é um sinal que merece atenção.

✅ Desconforto abdominal ou sensação de “peso” no lado direito – Algumas pessoas com esteatose hepática experimentam uma sensação de desconforto ou peso na região do abdômen, especialmente do lado direito, onde fica o fígado. Esse sintoma pode ser leve, mas quando recorrente ou associado a outros sinais, é um indicativo de que algo está acontecendo com o fígado.

✅ Inchaço abdominal – A presença de inflamação no fígado pode causar retenção de líquidos e inchaço abdominal, que muitas vezes é confundido com outros problemas gastrointestinais. Esse inchaço é resultado da disfunção hepática, que afeta a digestão e a distribuição de líquidos no organismo.

✅ Náusea e perda de apetite – Em alguns casos, o fígado gordo pode causar sintomas como náusea e perda de apetite. Esses sinais geralmente estão associados a estágios mais avançados ou inflamatórios da condição, mas são importantes de observar, pois indicam que o fígado não está funcionando como deveria.

👉 Saiba mais – Esteatose hepática tem cura? 

Diagnóstico da esteatose hepática em pessoas magras

Detectar esteatose hepática (fígado gordo) em pessoas magras pode ser desafiador, já que a condição é comumente associada ao excesso de peso e pode não apresentar sintomas claros. Por isso, é essencial que o diagnóstico inclua uma combinação de exames de imagem, análise clínica e exames laboratoriais para obter uma avaliação precisa da saúde hepática.

Aqui estão os principais métodos de diagnóstico para identificar a esteatose hepática em pessoas magras:

Exames de sangue

Exames de sangue são um primeiro passo importante. Eles medem níveis de enzimas hepáticas (como ALT e AST) e verificam marcadores de função hepática, glicose e lipídios. No entanto, nem sempre a esteatose hepática eleva essas enzimas, especialmente em estágios iniciais. Por isso, exames de sangue podem ser usados em conjunto com exames de imagem para confirmar o diagnóstico.

Ultrassonografia abdominal

A ultrassonografia (ou ecografia) é um exame de imagem comum e acessível que detecta alterações na densidade do fígado. No caso de esteatose hepática, o fígado apresenta um aspecto mais “brilhante” e ecogênico na imagem. Esse exame é não invasivo, de baixo custo e geralmente o primeiro solicitado para investigar gordura no fígado, especialmente em pessoas que não têm sintomas evidentes.

Elastografia hepática

A elastografia é uma técnica que usa ondas sonoras para medir a rigidez do fígado. Quando há acúmulo de gordura, o fígado pode se tornar mais rígido, e a elastografia consegue detectar essa alteração com precisão. É uma ferramenta útil para avaliar o nível de fibrose hepática e, em alguns casos, é mais eficaz que a ultrassonografia para detectar esteatose hepática em pessoas sem sobrepeso.

Ressonância magnética

A ressonância magnética é uma das técnicas mais precisas para quantificar o acúmulo de gordura no fígado. A RM com espectroscopia de próton pode medir a quantidade exata de gordura, diferenciando esteatose simples de inflamação e fibrose. Embora seja um exame mais caro e menos acessível, é especialmente útil em casos complexos ou quando é necessário um diagnóstico detalhado.

Biópsia hepática

A biópsia hepática é o método mais definitivo para diagnosticar a esteatose hepática e identificar seu estágio exato. No entanto, por ser invasiva, é indicada apenas em casos específicos, como quando há suspeita de inflamação ou fibrose avançada. A biópsia fornece uma análise detalhada do tecido hepático, permitindo que o médico observe o tipo e a quantidade de gordura, bem como a presença de inflamação ou cicatrizes.

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Esteatose hepática tem cura?

A esteatose hepática – também conhecida como gordura no fígado – é uma condição cada vez mais comum, especialmente devido ao aumento de fatores de risco como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada. 

Embora em muitos casos seja assintomática, a esteatose pode evoluir para problemas mais graves, como cirrose e insuficiência hepática, se não for tratada adequadamente. Por isso, entender se a esteatose hepática tem cura e quais são as opções de tratamento é essencial para manter a saúde do fígado.

Neste artigo, vamos explorar o que é a esteatose hepática, suas causas, possíveis complicações e, principalmente, se ela pode ser revertida. Continue lendo!

O que é esteatose hepática?

A esteatose hepática, mais conhecida como gordura no fígado, é causada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado. Em situações normais, o fígado contém pequenas quantidades de gordura, mas quando essa gordura excede 5% a 10% do peso do órgão, ocorre a esteatose hepática. 

Embora em muitos casos seja assintomática, essa condição pode causar inflamação no fígado e, se não for tratada, pode evoluir para problemas mais graves, como fibrose, cirrose e até câncer hepático.

Existem dois tipos principais de esteatose hepática, classificados com base nas suas causas:

Esteatose hepática não alcoólica ou Esteatose hepática metabólica 

A esteatose hepática não alcoólica é o tipo mais comum, especialmente entre pessoas com obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Ela ocorre em pessoas que não consomem quantidades significativas de álcool. Fatores como alimentação inadequada, sedentarismo, hipertensão e colesterol elevado também contribuem para o desenvolvimento dessa condição.

Esse tipo de esteatose pode evoluir para um quadro mais sério, conhecido como esteato-hepatite não alcoólica, em que, além da gordura, há inflamação e danos às células do fígado. Se não tratada, pode progredir para fibrose, cirrose e até o câncer de fígado.

 

Esteatose hepática alcoólica

A esteatose hepática alcoólica, como o nome indica, é causada pelo consumo excessivo e prolongado de bebidas alcoólicas. O álcool afeta a capacidade do fígado de metabolizar gorduras, fazendo com que estas se acumulem nas células hepáticas.

O abuso contínuo de álcool pode levar a um quadro mais grave de inflamação do fígado, conhecido como hepatite alcoólica, que pode progredir para cirrose, uma condição irreversível.

Fatores de risco para esteatose hepática

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver esteatose hepática, independentemente do tipo:

Obesidade – O excesso de gordura corporal está fortemente relacionado ao acúmulo de gordura no fígado.

Diabetes tipo 2 – O descontrole dos níveis de glicose no sangue está associado ao acúmulo de gordura no fígado.

Colesterol e triglicerídeos elevados – Níveis altos dessas gorduras no sangue favorecem o depósito de gordura no fígado.

Síndrome metabólica – A combinação de fatores como obesidade abdominal, hipertensão, níveis elevados de açúcar e lipídios no sangue é um dos maiores fatores de risco.

Sedentarismo – A falta de atividade física contribui para o aumento de gordura corporal e acúmulo de gordura hepática.

A esteatose hepática é uma condição que exige atenção, pois, apesar de inicialmente não causar grandes prejuízos à saúde, pode evoluir para complicações graves se não for tratada adequadamente. 

Sintomas e diagnóstico da esteatose hepática

A esteatose hepática, especialmente nos estágios iniciais, não costuma mostrar sinais nem sintomas. Muitas pessoas descobrem a condição por acaso, durante exames de rotina ou ao investigar outros problemas de saúde. 

No entanto, à medida que a doença progride e o acúmulo de gordura no fígado aumenta, podem surgir alguns sintomas, especialmente se houver inflamação associada, como na esteatose hepática.

Principais sinais e sintomas

Embora a maioria dos casos de esteatose hepática seja assintomática, alguns sinais podem aparecer. Entre os mais comuns, estão:

✅ Desconforto abdominal – Sensação de peso ou dor no lado direito do abdômen, onde o fígado está localizado.

✅ Fadiga e cansaço – Sensação de cansaço constante, que pode ser resultado da função hepática comprometida.

✅ Perda de apetite – Algumas pessoas podem sentir falta de apetite, o que leva a perda de peso involuntária.

✅ Náuseas – Em casos mais avançados, a inflamação pode causar mal-estar e náuseas.

Nos estágios iniciais, esses sintomas são leves e podem ser facilmente confundidos com outras condições. Quando a esteatose evolui para esteato-hepatite, os sintomas se tornam mais evidentes, com sinais de inflamação e danos ao fígado.

Como a esteatose hepática é diagnosticada?

Como os sintomas podem ser inexistentes ou sutis, o diagnóstico de esteatose hepática costuma ser feito através de exames de imagem e exames laboratoriais solicitados durante consultas de rotina ou investigações de outras doenças. Veja abaixo os principais métodos utilizados:

Exames de imagem

Ultrassonografia abdominal – É o exame mais comumente usado para detectar a gordura no fígado. A ultrassonografia é um método não invasivo, acessível e que permite visualizar o acúmulo de gordura. 

Tomografia computadorizada (TC) – A tomografia também pode identificar o acúmulo de gordura no fígado, oferecendo imagens mais detalhadas que a ultrassonografia. No entanto, assim como o ultrassom, não distingue o grau de inflamação ou fibrose.

Ressonância magnética (RM) – A ressonância magnética é uma das técnicas mais precisas para avaliar a quantidade de gordura no fígado. Além disso, pode ser utilizada para verificar a presença de inflamação e fibrose.

Elastografia hepática – Um exame semelhante ao ultrassom, a elastografia mede a rigidez do fígado, o que ajuda a identificar se já existe fibrose (endurecimento) no órgão, indicando estágios mais avançados da doença.

Exames laboratoriais

Enzimas hepáticas (ALT e AST) – Testes de função hepática, que medem as enzimas ALT (alanina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase), podem indicar inflamação no fígado. Níveis elevados dessas enzimas podem sugerir esteato-hepatite. 

Perfil lipídico – O exame de colesterol e triglicerídeos pode revelar níveis elevados, comuns em pessoas com esteatose hepática, especialmente quando relacionada à síndrome metabólica.

Glicemia e insulina – A medição dos níveis de açúcar no sangue e insulina pode ajudar a identificar diabetes ou resistência à insulina, condições frequentemente associadas à esteatose hepática.

FIB 4 – É uma equação feita pelo(a) médico(a), em que se considera a idade do(a) paciente, o número de plaquetas e as transaminases (enzimas do fígado). Quando esse valor é maior que 1,3 indica fibrose no fígado, e então a elastografia hepática é indicada. Já um valor abaixo de 1,3 praticamente afasta a presença de fibrose hepática. 

Biópsia hepática

biópsia do fígado é o método mais definitivo para diagnosticar a esteatose hepática e determinar se há inflamação (esteato-hepatite) ou fibrose. Embora seja invasiva, a biópsia é usada quando há necessidade de confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da doença, especialmente em casos de dúvida sobre a progressão da esteatose.

Importância do diagnóstico precoce

Identificar a esteatose hepática precocemente é crucial para prevenir sua progressão para estágios mais graves, como esteato-hepatite, fibrose e cirrose. Embora seja comum que a esteatose seja detectada de forma incidental, estar atento aos fatores de risco, como obesidade, diabetes e colesterol elevado, pode motivar o acompanhamento regular por meio de exames de imagem e laboratoriais.

Esteatose hepática tem cura?

A pergunta “esteatose hepática tem cura?” é uma das mais comuns entre pessoas diagnosticadas com essa condição. A boa notícia é que, em muitos casos, a esteatose hepática é reversível, especialmente quando identificada em seus estágios iniciais e tratada corretamente. 

Contudo, a “cura” depende muito da capacidade da pessoa em adotar mudanças no estilo de vida e controlar os fatores de risco associados, como obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada, diabetes e consumo de álcool.

Reversão da esteatose hepática

A esteatose hepática, particularmente a forma não alcoólica, pode ser revertida quando as causas são tratadas. Isso significa que, ao reduzir o acúmulo de gordura no fígado através de hábitos mais saudáveis, o órgão pode retomar suas funções normais. Para isso, algumas das principais medidas são:

✅ Perda de peso – A redução de peso é um dos fatores mais eficazes para eliminar o excesso de gordura no fígado. Estudos mostram que a perda de 7% a 10% do peso corporal pode levar a uma melhora significativa nos casos de esteatose hepática.

✅ Alimentação balanceada – Dietas ricas em vegetais, frutas, grãos integrais e proteínas magras ajudam a reduzir a gordura no fígado. Evitar alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares refinados e carboidratos simples também é essencial.

✅ Exercício físico regular – A prática de atividade física, principalmente exercícios aeróbicos e de resistência, contribui para a queima de gordura e melhora a saúde hepática.

✅ Controle de doenças associadas – Controlar condições como diabetes, colesterol alto e hipertensão é crucial para reverter a esteatose hepática, já que essas doenças agravam o acúmulo de gordura no fígado.

Fatores que influenciam a cura ou controle da condição

Nem todos os casos de esteatose hepática são iguais, e a possibilidade de cura depende de vários fatores, como:

✅ Estágio da doença – Nos casos iniciais, quando há apenas o acúmulo de gordura sem inflamação ou danos mais graves, a reversão é mais provável. No entanto, se a condição progredir para esteato-hepatite, fibrose ou cirrose, a reversão completa torna-se mais difícil, e o foco do tratamento passa a ser o controle da progressão da doença. Atualmente são usadas a liraglutida 3,0 mg/dia ou a semaglutida 2,4 mg/semana, com bons resultados na redução da gordura do fígado. A pioglitazona é recomendada como primeira linha para tratamento da esteato-hepatite e/ou fibrose, em pacientes diabéticos. Em pacientes com IMC acima de 35,0 kgm2 , a cirurgia bariátrica é indicada, com bons resultados. Recentemente o FDA aprovou uma nova droga (Resmetiron), que se liga aos receptores de hormônios da tireoide nas células do fígado e que melhorou a fibrose hepática em até um estágio. Essa droga tem ainda sido alvo de estudos. 

✅ Adesão ao tratamento – Para reverter a esteatose hepática, é fundamental que o paciente adote de forma consistente mudanças no estilo de vida. Isso inclui a combinação de uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios e o controle de condições associadas, como diabetes e colesterol alto.

✅ Abuso de álcool – No caso da esteatose hepática alcoólica, para o consumo de bebidas alcoólicas é indispensável. Se a pessoa parar de beber e adotar hábitos saudáveis, o fígado pode se recuperar e a condição pode ser revertida. No entanto, a continuação do consumo de álcool pode levar à progressão da doença para cirrose, que é irreversível.

Casos em que a “cura” é mais difícil

Em situações em que a esteatose hepática evolui para esteato-hepatite não alcoólica ou para estágios mais avançados, como fibrose ou cirrose, a reversão completa da doença é menos provável. Nessas fases, o tratamento foca em controlar os danos já causados, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente.

✅ Fibrose – Ocorre quando o fígado começa a formar cicatrizes devido à inflamação persistente. Embora a fibrose seja tratável em alguns casos, cicatrizes extensas podem ser permanentes.

✅ Cirrose – A cirrose é uma condição grave em que o fígado já apresenta cicatrização extensa e perda significativa de função. Nesses casos, o foco do tratamento é impedir a progressão da doença e evitar complicações, mas a reversão total da cirrose não é possível.

O papel do acompanhamento médico

Embora a esteatose hepática possa ser revertida em muitos casos, é essencial que o tratamento e as mudanças no estilo de vida sejam acompanhados por profissionais de saúde, como endocrinologistas, hepatologistas ou nutricionistas, que poderão monitorar a evolução da doença e ajustar o tratamento conforme necessário, incluindo:

Exames de imagem e laboratoriais regulares para verificar a resposta ao tratamento e identificar possíveis complicações.

Medicamentos em casos específicos, para tratar problemas relacionados, como diabetes, obesidade, colesterol alto ou hipertensão, que podem agravar a esteatose hepática.

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Elastografia hepática: como funciona e para que serve?

A elastografia hepática surge como uma poderosa aliada na investigação de doenças no fígado, já que é capaz de identificar mesmo mínimas alterações no órgão, como a sua rigidez, ou seja, se está ficando mais duro.

Um dos grandes desafios para avaliar a saúde do fígado é o fato de que esse órgão não costuma dar sinais de que está tendo algum problema, até que o quadro esteja grave.

Isso faz com que possíveis doenças, que já estejam ocorrendo, passem despercebidas, sem o devido tratamento, e acabem se agravando.

Se você quer saber mais sobre a elastografia hepática, como funciona e para que serve, continue a leitura!

O que é a elastografia hepática?

O que é a elastografia hepática?

A elastografia hepática é um exame usado para avaliar a saúde do fígado de forma simples e sem gerar qualquer desconforto. Ele mede a rigidez do fígado, ou seja, se o tecido do fígado está ficando mais duro, o que pode ser um sinal de problemas, como fibrose. 

A fibrose ocorre quando há cicatrizes no fígado, geralmente causadas por inflamação ou doenças crônicas, como hepatite e cirrose.

Esse exame é importante porque a rigidez do fígado pode indicar doenças em estágios iniciais ou avançados. Quando o fígado está muito rígido, pode ser um sinal de cirrose, que é quando o órgão já está muito danificado e não funciona corretamente.

Diferente da biópsia, que envolve a retirada de uma amostra do fígado, a elastografia é um exame rápido e não invasivo. Isso significa que não há necessidade de cirurgia, agulhas ou cortes. A pessoa faz o exame de forma simples, semelhante a uma ultrassonografia, e o médico consegue ver rapidamente se há algum problema com o fígado.

Esse exame é útil para acompanhar doenças do fígado ao longo do tempo, ajudando a detectar problemas antes que eles piorem.

Como funciona a elastografia hepática?

Como funciona a elastografia hepática?

A elastografia hepática é um exame que usa ondas sonoras ou ressonância magnética para medir a rigidez do fígado. 

A ideia é parecida com uma ultrassonografia comum, mas, em vez de só gerar imagens, o exame também mede como as ondas se movem pelo fígado. Se o fígado está mais rígido, as ondas se movem mais rapidamente, o que pode indicar problemas como a fibrose.

Existem três tipos principais de elastografia hepática:

✅ Elastografia transitória (FibroScan) – Esse é o tipo mais comum. Ele usa uma pequena sonda que emite vibrações no fígado. Para isso, a pessoa deita-se e uma pequena sonda é colocada na pele sobre a região do fígado. A sonda envia vibrações leves, e o aparelho mede a velocidade dessas vibrações para calcular a rigidez do fígado. O procedimento é rápido e indolor.

✅ Elastografia por ultrassom –  É semelhante ao FibroScan, mas pode ser mais detalhado. Este exame usa um aparelho de ultrassom para enviar ondas ao fígado e medir sua rigidez. Ele fornece imagens mais detalhadas e é feito da mesma forma, sem causar desconforto.

✅ Elastografia por ressonância magnética – Esse tipo usa a ressonância magnética para medir a elasticidade do fígado. Embora seja mais complexo e caro, ele pode ser útil em casos onde os outros métodos não são adequados. Para isso, a pessoa entra em uma máquina de ressonância magnética, que utiliza campos magnéticos para medir a elasticidade do fígado. Embora seja mais demorado e complexo, é útil em casos especiais onde outros métodos não são eficazes.

A grande vantagem da elastografia é que, ao contrário da biópsia, o exame é rápido, indolor e não invasivo. Em poucos minutos, é possível ter informações valiosas sobre a saúde do fígado, sem a necessidade de procedimentos complicados. 

O exame ajuda a identificar doenças do fígado em diferentes estágios e a acompanhar a evolução dessas condições ao longo do tempo.


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Quando a elastografia hepática é indicada?

Quando a elastografia hepática é indicada?

A elastografia hepática é um exame muito útil para verificar se o fígado está saudável ou se está sofrendo com problemas, como a fibrose. 

A fibrose ocorre quando o fígado cria cicatrizes, geralmente devido a inflamação constante ou doenças. Quanto mais cicatrizes, mais rígido o fígado fica, e isso pode levar à cirrose, que é uma forma grave de dano no fígado.

Gordura no fígado

Aqui estão algumas situações em que a elastografia hepática é indicada:

✅ Diagnóstico de fibrose hepática – O exame ajuda os médicos a descobrir se há cicatrizes no fígado e em que estágio elas estão. Isso é importante para identificar doenças como hepatite B e C.

✅ Esteatose hepática (fígado gorduroso) – Pessoas com acúmulo de gordura no fígado podem usar esse exame para saber se o fígado está começando a ficar danificado.

✅ Cirrose hepática – A elastografia é usada para acompanhar o estado do fígado em pessoas com cirrose, ajudando a monitorar a progressão da doença.

✅ Hepatite crônica – Pacientes com hepatite crônica, que afeta o fígado ao longo do tempo, podem fazer esse exame regularmente para verificar a evolução da fibrose.

A principal vantagem da elastografia hepática é que ela permite acompanhar a saúde do fígado de forma simples e rápida, sem a necessidade de procedimentos invasivos. Com isso, é possível planejar o tratamento adequado e agir antes que a doença piore.

Veja também:

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