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A dor no baixo ventre, ou “dor no pé da barriga” é uma queixa comum em mulheres, e pode ter várias causas, desde processos normais da ovulação, até doenças mais graves.
Para diagnosticá-la, é importante avaliar a sua intensidade, se a dor tem relação com o ciclo menstrual, se é contínua ou intermitente, e se existem outros sintomas associados.
Acompanhe o artigos para conhecer as causas mais comuns deste tipo de dor que atinge algumas mulheres.
Talvez você já tenha ouvido falar de outras expressões para essa região: também são usados os termos “dor abdominal”, “dor no pé da barriga” ou “dor pélvica”. Refere-se portanto a região que fica abaixo do umbigo.
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Você já sentiu o baixo ventre inchado, dores no baixo ventre durante a gravidez, dor no baixo ventre depois do período fértil ou então fisgadas no baixo ventre no lado esquerdo ou direito?
Separamos aqui algumas possíveis causas comuns específicas para esse tipo de problema.
O cisto é uma esfera preenchida por líquido. O Cisto Hemorrágico de Ovário, ou Cisto de Corpo Lúteo Hemorrágico é um cisto que contém sangue em seu interior. É completamente benigno, e comum após a ovulação, quando um pequeno vaso da parede do ovário se rompe e enche a cavidade de sangue.
Geralmente os cistos hemorrágicos são menores que 6.0 cm, e desaparecem espontaneamente em torno de 2 meses.
Ocorre na idade reprodutiva, e a paciente geralmente sente dor do lado direito ou esquerdo da pelve, próxima ao período menstrual.
Às vezes esta dor no baixo ventre tem intensidade moderada, e quando ocorre do direito, pode ser confundida com apendicite.
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Os cistos maiores que 6.0 cm, e os teratomas volumosos, que são tumores benignos contendo gordura, calcificaçoes e cabelos, podem girar sobre seus ligamentos e pedículo vascular, causando a torção ovariana.
Pode ocorrer a torção somente do ovário, ou também da trompa uterina.
Outra causa de torção ovariana é a indução da ovulação, para pacientes inférteis, que faz com que os ovários fiquem volumosos e mais pesados. Com a torção ovariana, o fluxo sanguíneo é interrompido, causando a isquemia e até necrose do órgão.
O principal sintoma da Torção Ovariana é uma dor intensa e repentina do lado afetado em mulheres na idade reprodutiva, podendo estar associada à náuseas e vômitos.
O diagnóstico é feito através o exame clínico e da Ultrassonografia Transvaginal, que demonstra o ovário aumentado, ou uma massa sólido / cística na região do ovário, e líquido na pelve.
A avaliação com Dopplerfluxometria pode evidenciar ausência de fluxo sanguíneo no ovário afetado. O tratamento é cirúrgico, sendo a laparoscopia o método de escolha.
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O abscesso tubo ovariano é outra possível causa de dor no baixo ventre. Trata-se de uma coleção de pus, que se forma na trompa e ovário, devido à uma infecção bacteriana, que através da vagina, atinge o útero, endométrio (camada interna que reveste o útero), trompa e ovário.
Esta infecção geralmente é causada por bactérias sexualmente transmissíveis, como a Clamidia, em 60% dos casos, a Gardnerella e o Gonococo.
Com a evolução do processo, pode ocorrer a infecção do peritônio, que é a membrana que reveste o abdome internamente, acumulando liquido purulento na pelve, e formando aderências, que podem causar infertilidade.
Os sintomas mais comuns são: dor pélvica, dor na relação sexual, dor e dificuldade para urinar, corrimento vaginal e febre.
O diagnóstico é feito pelo exame ginecológico, exames de sangue que podem evidenciar processo infeccioso, provas de biologia molecular para identificar o agente causador da infecção, e Ecografia Transvaginal, que vai demonstrar uma massa sólido cística na região do ovário e trompas, dilatação da trompa, e líquido na cavidade pélvica.
O tratamento pode ser realizado com antibióticos e cirurgia. Algumas complicações tardias como infertilidade e gravidez ectópica podem ocorrer.
A gravidez ectópica é aquela em que o feto se desenvolve fora do útero , mais comumente na trompa uterina. Ela pode ocorrer também no colo uterino, na cicatriz de uma cesárea prévia, e até no abdome.
Quando a gravidez ocorre na trompa (tuba uterina) , ela pode não causar sintomas, até que ocorra a ruptura da tuba, com sangramento para o interior da pelve.
Neste caso, a paciente geralmente relata ausência da menstruação, uma dor intensa do lado acometido, sangramento vaginal moderado ou intenso, dor no ombro devido à irritação do diafragma causada pelo sangue, e tonturas. Pode ocorrer desmaio, e até choque, devido à perda aguda de sangue.
O diagnóstico é realizado pelo exame clínico, dosagem de beta HCG quantitativo, e ecografia transvaginal, que demonstra uma massa na região da trompa, ausência de saco gestacional no útero, e líquido na pelve. Algumas vezes, pode-se visualizar o embrião na região da trompa.
A dosagem de beta HCG no sangue acima de 1000U/L, na ausência de gravidez no útero, indica uma provável gestação ectópica.
O tratamento pode ser realizado com medicamento (metotrexato), no caso da gravidez ectópica íntegra de pequeno volume, ou cirurgia, quando não há a regressão da gravidez com medicamentos, ou a ruptura da trompa ocorre; o que é um quadro de emergência.
As causas da gravidez ectópica mais comuns são: doença inflamatória pélvica, (infecções de útero, trompas e ovários), gravidez ectópica anterior, endometriose, e cirurgias pélvicas anteriores.
A Endometriose é o crescimento do tecido que reveste o útero internamente, o endométrio, em locais fora do útero, como ovários, ligamentos, reto, intestinos, bexiga e vagina. Este tecido causa pequenos sangramentos nestes locais na época da menstruação, e ocasiona um processo inflamatório intenso, o que costuma causar muita dor.
As pacientes com Endometriose podem relatar cólicas menstruais intensas, que vem piorando com o tempo, dor em baixo ventre, sangramento menstrual abundante, com coágulos, dor durante as relações sexuais, dor ao urinar, sangramento nas fezes e urina durante o período menstrual.
É importante a relação da piora dos sintomas com o período menstrual para se fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças.
O diagnóstico é feito com a Ecografia Transvaginal para Mapeamento da Endometriose, que demonstra os focos endometrióticos, sendo superior à Ressonância Magnética na detecção de endometriose intestinal.
Já a Ressonância demonstra melhor os focos no assoalho pélvico.
O tratamento depende da localização e extensão das lesões, podendo ser realizado com medicamentos, como anticoncepcionais contínuos, e outros que causam bloqueio hormonal, e o tratamento cirúrgico, com a laparoscopia para remoção dos focos de endometriose e retirada de aderências.
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A inflamação do apêndice, uma pequena estrutura tubular do lado direito da pelve, junto ao intestino grosso, é chamada apendicite, e pode ser causada pela presença de um fragmento das fezes em seu interior, ou por infecções por bactérias e vírus. Com isto, o apêndice vai se enchendo de pus, e pode até se romper, causando um quadro mais grave, com formação de coleções de pus no interior do abdome.
A apendicite pode se iniciar com uma dor próxima ao umbigo, náuseas e vômitos, e deslocamento da dor para a porção inferior direita do abdome. Febre, mal estar, calafrios e perda do apetite também podem estar presentes.
A apendicite pode ocorrer em qualquer idade, entretanto é mais comum dos 10 aos 30 anos.
O diagnóstico é feito através do exame clínico, em que o médico detecta sinais de irritação peritoneal, dos exames de sangue, e da Ultrassonografia de abdome total ou Tomografia Computadorizada.
É muito importante o diagnóstico precoce para se evitar complicações como a saída de material fecal para o abdome, causando um processo infeccioso intenso, com a inflamação da membrana que reveste o interior do abdome (peritonite), formação de coleções de pus, e podendo levar à septicemia (infecção generalizada).
O tratamento é cirúrgico, podendo ser realizado por via laparoscopia.
Os cálculos ureterais são pequenas pedras de cálcio ou ácido úrico, que estavam localizadas no rim e se deslocaram para o ureter, um tubo muscular, que une os rins à bexiga.
Durante este processo de migração, os cálculos podem causar obstrução do fluxo urinário, e a inflamação da parede do ureter, causando uma dor lombar intensa, que pode se irradiar para a pelve, e região da vulva. A paciente com cálculo no ureter pode apresentar ainda: náuseas, vômitos, ardência e dor ao urinar.
Aproximadamente 70% dos cálculos menores que 0.5 cm podem ser eliminados espontaneamente. Para cálculos no ureter distal, ou seja, próximos à bexiga e maiores que 1.0cm, está indicada a ureteroscopia, onde se insere um pequeno tubo pela uretra, que alcança a bexiga e progride para o ureter distal, capturando o cálculo.
Os exames indicados para o diagnóstico são: Radiografia Simples, Ultrassonografia de Rins e Vias Urinárias e, se necessário, a tomografia computadorizada.
A diverticulite é a inflamação de pequenas bolsas que se formam na parede do intestino grosso, principalmente em pacientes da meia idade e idosos.
Pequenas quantidades de fezes podem ficar retidas nos divertículos, favorecendo o crescimento de bactérias que causam a infecção. A maioria dos divertículos se localiza do lado esquerdo do abdome, no cólon descendente e sigmoide.
As dietas pobres em fibras, que ocasionam a prisão de ventre, contribuem para a formação de divertículos. Os principais sintomas da diverticulite são: dor abdominal, geralmente à esquerda, diarreia ou prisão de ventre, náuseas e vômitos, e febre.
O diagnóstico pode ser feito através do exame clínico, da Ultrassonografia de abdome total, e tomografia computadorizada.
Se o processo infeccioso estiver localizado, o tratamento indicado é medicamentoso.
Podem ocorrer complicações como a formação de coleções de pus, perfuração, formações de comunicações entre o intestino grosso e outros órgãos, chamadas fístulas, ou obstrução do intestino grosso e, neste caso, o tratamento é cirúrgico.
Neste artigo, listamos algumas das principais causas de dor no baixo ventre. Para um diagnóstico preciso, com o devido tratamento, consulte um ginecologista e siga com a realização de exames específicos.
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