Indicações da densitometria óssea: quem deve fazer?

A densitometria óssea é um exame de análise de imagem que se utiliza de um tipo especial de raio-X de baixa radiação, usualmente denominado de DXA (Dual-Energy X-ray Absorptiometry). É um exame simples e rápido, com uma duração de 15 a 30 minutos e geralmente está associado com o diagnóstico da osteoporose. O que muita gente não sabe, porém, é que, por meio desse exame, também se pode ser diagnosticada a osteopenia, que ao contrário da osteoporose é reversível

Osteoporose ou osteopenia: qual a diferença? 

A osteoporose é uma doença que acomete o sistema ósseo e se caracteriza por um quadro clínico de ossos frágeis, finos e porosos. Esses ossos, por se tornarem tão fracos, ficam cada vez mais sujeitos a fraturas, momento em que o paciente costuma descobrir a doença. 

No Brasil, estima-se que uma a cada três pessoas será diagnosticada com osteoporose. Dessa estatística, a maior parte diz respeito a pacientes femininas. A razão para isso está relacionada especialmente às mudanças hormonais no corpo da mulher durante a menopausa, uma vez que o estrogênio (hormônio do sistema reprodutor feminino que deixa de ser produzido durante a menopausa) é o responsável pela fixação de cálcio nos ossos. 

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O que é osteoporose? Prevenção pela densitometria óssea

Um quadro concreto de osteoporose é definido quando os exames denunciam uma perda igual ou superior de 30% de massa óssea. Trata-se de uma condição irreversível e que exigirá cuidados constantes do paciente em questão.

Caso os exames demonstrem perda de massa óssea inferior a 30%, no entanto, pode-se tratar de um quadro de osteopenia — estágio de alerta que antecede a osteoporose. Nesta condição, trata-se de um quadro clínico reversível por meio de tratamento. 

Quem deve fazer a densitometria óssea? 

O perfil de pessoas com maior risco de desenvolver osteoporose são mulheres com mais de 65 anos, porém, constata-se que a perda de cálcio no organismo feminino se inicia por volta dos 40 anos, com o início das mudanças hormonais. Por essa razão, incluir a  densitometria óssea em seus check-ups é recomendado desde o início do período do climatério e deve se estender durante toda a idade madura. 

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Densitometria óssea: a importância do exame para as mulheres

A necessidade de manter certa frequência nesses exames reside justamente na possibilidade de prevenir a osteoporose, identificando o estágio prévio de osteopenia, a fim de ministrar o tratamento o mais rápido possível. 

A densitometria óssea também é altamente recomendada para pessoas que tenham histórico de osteoporose na família, tenham tido uma fratura prévia, apresentam um IMC muito baixo (inferior a 18,5 kg/m²) ou façam a utilização de algum tipo de remédio que atue na redução da massa óssea (como corticóides). 

Outros grupos de risco que devem ser observados

Pessoas com doenças reumáticas, bem como doenças renais e gastrointestinais também são recomendadas a fazer o exame uma vez que fazem parte do grupo de risco. 

Apesar de afetar especialmente as mulheres, os homens também não devem ficar de fora dos exames de densitometria óssea: já é comprovado que a redução na produção de testosterona, que acontece por volta dos 70 anos, também afeta a fixação de cálcio nos ossos e podem levar ao desenvolvimento de um quadro clínico de osteoporose. 

Quais são as demais indicações da densitometria óssea? 

Para além de diagnosticar doenças nos ossos, a densitometria óssea pode ser usada por pediatras, auxiliando exames de crescimento em crianças e adolescentes. 

Sua variação, a densitometria de corpo inteiro, é também o exame mais completo para analisar a composição corporal. Por meio dela é possível medir: a massa magra, a massa gordurosa e o tecido visceral adiposo (ou de forma mais simples, a gordura localizada entre as vísceras), sendo, portanto, indicada para o acompanhamento de atletas e de pacientes em dietas rígidas.

Quais são os benefícios da realização da densitometria óssea e densitometria do corpo inteiro? 

A maneira mais simples de resumir o benefício desses dois exames está em duas palavras-chave: controle e prevenção. Se realizados com frequência, ambas densitometria óssea e a densitometria de corpo inteiro são capazes de fornecer verdadeiros relatórios de como seus hábitos ou outros elementos externos e internos podem afetar a sua saúde óssea. 

No caso da densitometria de corpo inteiro, além de ser essencial para fornecer aos atletas uma visão acurada de seus níveis musculares, também podem denunciar uma séria condição de saúde denominada sarcopenia — caracterizada pela perda progressiva de massa muscular e também costuma ser silenciosa em seus primeiros estágios. 

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Para que serve a densitometria do corpo inteiro? 

Quando a densitometria não é recomendada? 

Em geral, a densitometria óssea é reconhecida como procedimento simples que não apresentam riscos para os pacientes. Porém, por questão de segurança, costuma ser contraindicada em casos de: mulheres gestantes ou com suspeita de gravidez, pacientes que tenham se submetido a exames recentes com a utilização de contraste de iodo ou bário e  pacientes que tenham passado por uma cirurgia ortopédica complexa, na região avaliada. 

O exame em pessoas com obesidade grave também pode apresentar problemas devido ao total de peso suportado pelo equipamento que costuma ser de até 200 kg. 

Por que fazer o exame regularmente? 

É reconhecido que quando mais cedo o diagnóstico de uma doença, mas fáceis são suas opções de tratamento. Em casos de diagnóstico precoce de osteopenia, muitas vezes nem mesmo é necessária a utilização de remédios. 

O paciente poderá ser indicado a tomar mais banhos de sol para estimular a produção de vitamina de D, além de ser orientado para mudanças na alimentação, incluindo alimentos e vitaminas ricos em cálcio. 

Para que isso seja possível, é imperativo estar em dia com seu check-up! 

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